Se condenados, podem pegar penas que ultrapassam 20 anos de prisão.
Nesta quarta-feira (23), teve início no Fórum da Comarca de Alenquer, no oeste do Pará, o julgamento dos réus Antônio Batista da Silva e Elves Leitão da Silva, pai e filho, acusados de envolvimento na morte de Charles Gama do Nascimento, ocorrido em 16 de janeiro de 2021, na comunidade Fé em Deus, zona rural do município.
O júri popular é presidido pelo juiz Flávio Lauande e reúne testemunhas, representantes do Ministério Público e familiares da vítima.
Durante o júri, o promotor do caso, Daniel Mondego Figueiredo, pediu a absolvição dos réus.
Durante a fase de investigação até a pronúnica dos réus, quem atuou foi o promotor Diego Libardo Rodrigues,
titular da 05ª Promotoria de Justiça de Santarém, que respondia, à época, pela Promotoria de Justiça de Alenquer.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Pará, pai e filho são acusados de tentativa de homicídio qualificado, posteriormente convertida em homicídio consumado, uma vez que Charles Gama não resistiu aos ferimentos e veio a óbito dias depois, após ser transferido do Hospital Santo Antônio, em Alenquer, para uma unidade hospitalar em Santarém.
Na noite do crime, por volta das 20h, Charles Gama estava sozinho em um bar na localidade Fé em Deus, quando foi surpreendido pelos dois acusados.
Segundo relatos de testemunhas, Antônio Batista efetuou um disparo de arma de fogo que atingiu a barriga da vítima. Na sequência, seu filho, Elves Leitão, desferiu pelo menos três golpes de faca no abdômen de Charles.
Mesmo gravemente ferido, Charles ainda conseguiu pedir ajuda.
O irmão da vítima, Carlos Gama, e o tio, conhecido como Zeca Gama, prestaram os primeiros socorros e tentaram levá-lo de motocicleta ao hospital.
Durante o trajeto, no entanto, um novo disparo foi ouvido e Charles caiu da moto, agravando ainda mais sua situação.
Ele foi internado em estado crítico e, mesmo após ser transferido para Santarém, faleceu devido à gravidade das lesões.
Em depoimentos prestados à polícia, os réus afirmaram ter agido em legítima defesa.
Antônio, conhecido como “Toinho”, alegou que teria atirado após uma suposta ameaça da vítima.
Elves, por sua vez, confirmou ter desferido golpes de faca durante uma discussão acalorada com Charles, afirmando que agiu para se proteger de uma agressão.
Apesar das alegações de defesa, o Ministério Público sustenta que o crime foi cometido por motivo fútil e de forma cruel, com clara intenção de matar.
A promotoria aponta que o desentendimento que levou à violência teria sido provocado por uma discussão banal, sem qualquer justificativa plausível para a brutalidade do ataque.
“Os autos demonstram que o crime foi motivado por um desentendimento insignificante, incompatível com a extrema violência aplicada contra a vítima.
Trata-se de um motivo fútil, que configura uma qualificadora clara do crime de homicídio”, destacou a promotoria nos autos do processo.
O julgamento deve se estender ao longo do dia, podendo ser concluído ainda nesta quarta-feira.
Se condenados, pai e filho podem pegar penas que ultrapassam 20 anos de prisão.
Fonte : Oestadonet
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