Caso envolvendo Gerson de Melo Machado, de 19 anos, reacende discussões sobre saúde mental e ausência de políticas de proteção.
A morte de Gerson de Melo Machado, 19 anos, no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, no domingo (30/11), trouxe novamente ao debate problemas ligados à saúde mental, abandono e acesso limitado à rede de proteção social.
O jovem entrou no recinto dos leões após escalar a estrutura do parque e foi atacado.
O município abriu apuração para verificar possíveis falhas no sistema de segurança do espaço.
Gerson foi sepultado na segunda-feira (1º), no Cemitério do Cristo. O velório contou com a presença da mãe, Maria da Penha Machado, e de uma prima.
A mãe havia perdido o poder familiar há mais de dez anos por diagnóstico psiquiátrico.
Segundo informações do Instituto de Medicina Legal, ela hesitou antes de reconhecer o corpo.
Trajetória marcada por abandono e ausência de acompanhamento
A situação de Gerson não começou no dia do incidente.
Ele foi afastado da mãe aos 10 anos por decisão judicial, quando ela recebeu diagnóstico de esquizofrenia.
Desde então, passou por diferentes instituições e não chegou a ser cogitado para adoção, segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o caso.
Ela afirma que crianças com transtornos mentais raramente entram em processos adotivos.
Os irmãos do jovem tiveram encaminhamento distinto e foram acolhidos por famílias adotivas.
O diagnóstico oficial de esquizofrenia em Gerson foi registrado apenas aos 18 anos, quando ele respondeu a um processo criminal.
A Justiça o considerou inimputável, por entender que ele não tinha condições de compreender seus atos.
De acordo com a conselheira, sua vida foi marcada pela falta contínua de suporte e pela ausência de políticas capazes de oferecer acompanhamento adequado.
Fonte : Pará Web News
Blog do Xarope Web News
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