Denúncia é a primeira relacionada à operação Mafiusi, que desarticulou grupo criminoso que atuava para alta cúpula da facção
O Ministério Público Federal ofereceu a primeira denúncia contra os alvos da operação Mafiusi, que investiga um grupo especializado no tráfico internacional de drogas.O líder do grupo e um dos denunciados é Willian Agati, apontado como o “concierge do crime” que ligava a cúpula do Primeiro Comando da Capital a criminosos no exterior, entre eles, integrante da máfia italiana.Agati foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e obstrução de Justiça após ser alvo da operação Mafiusi, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2024.Além dele, foram denunciados outros 13 investigados pela PF na Mafiusi.Essa primeira acusação contra o grupo não envolve os crimes financeiros que ainda são investigados pela PFAgati recebeu o apelido de “concierge do crime” porque atuava no fornecimento de diversos serviços para o PCC.Além da operacionalização do tráfico, com o fornecimento de toda a logística no porto de Paranaguá (PR), ele mantinha uma rede para lavagem de dinheiro e alugava aviões, veículos, imóveis e artigos de luxo para integrantes do grupo.Segundo a PF, o grupo de Agati dominava a rota marítima entre o porto de Paranaguá (PR) e o localizado na cidade espanhola de Valência e, também, uma a rota aérea entre o Brasil e aeroportos na Bélgica.Entre os clientes no exterior estava a máfia calabresa ‘Ndrangheta. Ao longo das investigações que desaguaram na operação Mafiusi, a PF chegou a prender os italianos Nicola e Patrick Assisi, apontados como lideranças da máfia.O grupo liderado por Agati, segundo a PF, era dividido em três núcleos.O de liderança e coordenação, integrado por criminosos que exerciam o comando da organização criminosa.O operacional, formado por responsáveis por operacionalizar a remessa dos carregamentos de droga para o exterior através dos modais marítimo e aéreo.E por fim, o financeiro, integrado por operadores que cuidavam de “uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas por meio da qual movimentam cifras multimilionárias em diversas contas bancárias, com transações características de ocultação/dissimulação da procedência ilícita dos valores”.A PF também descobriu que o “concierge do crime” também forneceu ao PCC acesso a “carteira de cônsul” do Consulado da República de Moçambique.O documento foi utilizado para colocar em prática um plano de resgate de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que estava preso no país africano.
Fuminho é integrante da alta cúpula do PCC e braço direito de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Willian Agati atuou com o cônsul honorário de Moçambique, Deusdete Januário Gonçalves, para tentar resgatá-lo.
“A escolha de Willian como concierge da alta cúpula PCC ocorreu devido à sua imagem de empresário bem-sucedido que aparentemente justifica o padrão de vida luxuoso que ostenta, possibilitando a sua infiltração na alta sociedade”, disse a PF na representação pela sua prisão.
Willian Agati também apareceu em transações financeiras o time de futebol do Cruzeiro. Segundo a PF, ele aparece repassando cerca de R$ 3 milhões ao longo de um mês e de forma fracionada.
O caso foi revelado pela revista Piauí.
Para a PF, o valor tem indícios de ser proveniente do tráfico internacional de drogas.
Outro fato que chamou atenção da PF foi que, após 3 dias da última transferência, o Cruzeiro passou a devolver parte do dinheiro por meio de “transferências bancárias iniciadas em 19/03/2021 e que perduraram até 26/06/2022”.

Fonte : Metrópoles
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