O Grupo folclórico Zé Matuto levará para a noite de 26 de julho um rico repertório musical, identificando os itens oficiais que se apresentarão na arena do Centro de Eventos de Alenquer (PA) e agitando a galera, que estará na arquibancada vibrando e celebrando com as cores vermelha e branca da agremiação.
Serão 10 músicas baseadas em narrativas que fazem parte do folclore e da realidade amazônidas e alenquerenses, repletas de poesias, linguagens regionais, de forma que faça o ouvinte mergulhar na proposta apresentada pela agremiação através do tema: “Alenquer, um povo de muitos povos”.
Autores jovens e veteranos
No desenvolver da história do grupo folclórico Zé Matuto, os traços da identidade foram expressos por meio das canções que não deixam de entusiasmar a quem as escuta”, analisou João Imbiriba.
As músicas foram compostas por autores veteranos, que acompanham há muito tempo a história do festival, e por autores jovens, que estão mergulhados na construção da volta da disputa entre os dois grupos e de muitas histórias a serem escritas desse trajeto, sempre tendo como referência os eventos passados e seus memoráveis personagens.
“Os compositores, cuja formação na maioria das vezes é o amor pelo grupo mais querido de Alenquer, retratam nas suas letras o seu povo, a sua trajetória, a sua luta, a sua arte!”, complementou Imbiriba.

Imortal da academia
João Imbiriba, que é compositor, instrumentista e professor natural de Alenquer, além de imortal de Academia Alenquerense de Letras, da qual é membro fundador, preparou uma interessante análise de algumas composições do grupo Zé Matuto.
Música e identidade ximanga, por João Imbiriba
Como não concordar com o compositor Andrei Muller ao afirmar “Sou Zé Matuto, sou Zé! Sou filho de Alenquer! Sou a cultura popular”, remetendo-nos ao sentimento de pertencimento e orgulho. Essa emoção é bem evidenciada pelo compositor Marcos Araújo, ao nos apresentar em seus versos “Zé Matuto é arte nesse combate, veio pra brincar, vamos delirar.
A torcida é linda, canta, pula, arrepia, veio pra dançar”, mexendo com a galera mais animada e entusiasmada do festival, que como já enfatiza o compositor Walmir Viana, “A galera encarnada é o vermelho do Zé!”.
Também não podemos esquecer que, além do dono da festa, que é o nosso querido personagem Zé Matuto, ainda podemos contar com o protagonismo, a força, a garra, a delicadeza e a beleza feminina, muito bem representadas nas composições de Marcos Araújo, em que a princesa ximanga se impõe: “Sou Mulher da Amazônia, danço arrasta pé, o meu sangue é de raça, tenho força e fé.
Eu não fujo da luta, vim aqui para dançar. (…) Festival minha vida, festival meu amor, sou Princesa Ximanga, Zé Matuto eu sou!”.
Além disso, essa força do sexo nada frágil é expressa pelo compositor Anthymio Wanzeller, quando afirma: “Porta-estandarte você mulher faceira, sua beleza ilumina o arrasta-pé.
Do Zé Matuto, você inspiração, brilho de muitos povos que virou uma nação”.
Ou mesmo podemos reafirmar que essa presença não é nada frágil, como nos mostra Marcos Luiz, ao propor que a figura da mulher é uma “Joia vermelha, pedra rara! Porta-bandeira que arrasa! És um furacão, no meu coração! Fogo da paixão! (…) Sua presença é um turbilhão!”.Culminando com a canção de Igor Picanço que propõe que a rainha: “Tem a beleza da terra ximanga, tem a magia de toda mulher. Traz no sorriso sua força, sua garra, sua beleza, sua graça, o amor por Alenquer!”.
“Nossos compositores nos inspiram a expressar nosso amor pelo folclore ximango, levando-nos a refletir sobre a formação do nosso povo e a importância que cada um tem nessa magnífica história! Viva ao Zé Matuto! Viva ao folclore de Alenquer!”, concluiu João Imbiriba.

Fonte:
- Entrevista com João Imbiriba, integrante do Zé Matuto
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