"Trecho de 250 quilômetros
vai beneficiar cerca de 500 mil pessoas".
Por Wilson Soares
Mais de 40 anos após
o presidente Emílio Médici ter inaugurado simbolicamente a abertura da rodovia
Transamazônica, afixando uma placa sobre o tronco de uma castanheira em
Altamira, a população da região pode, finalmente, comemorar a chegada do
asfalto. Para marcar o acontecimento, um ato público foi realizado no centro de
Brasil Novo no sábado, (04/01).
“Uma viagem de
Medicilândia até Altamira, um percurso de 90 quilômetros, no inverno,
gastava-se até um dia de viagem e hoje se faz em menos de duas horas”, festeja
deputado federal Zé Geraldo, que veio ainda menino para essa região há mais de
30 anos, com a família, para plantar cacau. O deputado conseguiu junto ao então
presidente Lula a inclusão do asfaltamento da rodovia no PAC, assim como o
sistema de drenagem e a sinalização, além das pontes de concreto, que deverão
ser licitadas neste ano, incluindo a ponte estaiada sobre o rio Xingu, próximo
à hidrelétrica do Belo Monte, com cerca de 500 metros de comprimento.
O coordenador geral
da Fundação Viver, Produzir, Preservar, entidade que congrega as principais
entidades dos movimentos sociais da região, João Batista Uchoa Pereira,
destacou que a pavimentação da rodovia sempre esteve na pauta principal pela
sua função múltipla como estimulador do desenvolvimento da agricultura
familiar. "Os produtores já sentiram a melhoria nos preços do frete e
abertura de novos mercados para seus produtos, além de beneficiar a população
da cidade que terá melhor quantidade, qualidade e preço", disse João
Batista.
O trecho concluído do
asfaltamento e de cerca de 250 quilômetros, se estende do município de Anapu,
passando por Belo Monte em direção a Altamira, Brasil Novo e Medicilândia, onde
vivem pelo menos 500 mil pessoas e foi o principal polo de migração nas últimas
décadas. Ali também está a maior concentração de riquezas com mais de dois
milhões de cabeças de gado leiteiro e de corte, maior área de cultivo de cacau
que gera cerca de 250 milhões de reais/ ano e ocupa milhares de famílias
produtoras, além de grande produção de mandioca, milho, mamão, banana, cítricos
e hortaliças.
Em meio a solenidade,
todos os participantes fizeram uma caminhada simbólica sobre o asfalto novo que
tem sete centímetros de espessura, suficiente para suportar o tráfego pesado
que deverá aumentar muito quando a rodovia se interligar à BR-163,
(Cuiabá-Santarém). As duas rodovias, que estarão totalmente concluídas até
2016, segundo cálculos dos engenheiros responsáveis, farão parte da logística
de transporte de boa quantidade de soja, milho e outros produtos colhidos no
Centro-Oeste para serem embarcados ao exterior via portos paraenses tornando
nossos grãos bem mais competitivos.
No entorno da
Transamazônica, a Eletronorte vai acelerar as obras de energização das dezenas
de vicinais que somam 15 mil quilômetros.
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