FACÇÕES CRIMINOSAS CONTROLAM 45% DOS MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA LEGAL

O estudo indica que o número de municípios sob influência dessas organizações saltou de 260 para 344 em 2025, um crescimento de 32 % em relação ao ano anterior.

Um levantamento da Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado durante a COP30, revela que cinco grandes facções criminosas — entre elas a Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) — expandiram significativamente sua presença na região da Amazônia Legal.

O estudo indica que o número de municípios sob influência dessas organizações saltou de 260 para 344 em 2025, um crescimento de 32 % em relação ao ano anterior. 

Isso representa 45% dos 772 municípios da Amazônia Legal.

Foram identificadas até 17 facções ativas na região, incluindo grupos nacionais e internacionais. 

O CV está presente em 286 municípios — dominante em 202 — enquanto o PCC lidera em 90 municípios, sendo hegemónico em 31. Além desses nomes, facções regionais como Bonde dos 40 (B40), Tropa do Castelar e organizações estrangeiras como o Tren de Aragua (Venezuela) e Estado Maior Central (Colômbia) também operam no território.

Município paraense impactado pelo crime organizado

O relatório destaca municípios particularmente impactados como Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), onde os homicídios subiram de 12 em 2022 para 42 em 2024, atribuídos em parte ao domínio do CV sobre garimpo ilegal. 

Outro exemplo é São Félix do Xingu (PA), que enfrenta desmatamento, conflitos por terra, presença de facções e terras indígenas sobrepostas.

Conexão entre crime, meio ambiente e soberania nacional

O documento ainda aponta para uma conexão direta entre o crescimento dessas organizações e atividades como tráfico de drogas, garimpo ilegal, extração ilegal de madeira e disputas territoriais nas fronteiras, colocando em risco não apenas a segurança pública, mas também a governança ambiental e a soberania nacional na Amazônia. 

Fonte : Debate Carajás

Blog do Xarope via Debate Carajás