quinta-feira, 28 de julho de 2011

Caso Robério de Oliveira

ANGU:Otacílio é ouvido hoje pela comissão da OAB em Altamira


O presidente da Subseção da OAB em Altamira, Otacílio Lino, será um dos primeiros ouvidos, na manhã desta quinta-feira, pelos três membros da Comissão de Sindicância do Conselho Federal da Ordem que estarão em Belém para apurar o angu em que se transformou a venda de um imóvel para o advogado Robério D’Oliveira.
Lino foi quem jogou as primeiras pitadas de sal no angu, ao divulgar publicamente uma nota recriminando o Conselho Seccional da Ordem, por adotar procedimentos supostamente irregulares que culminaram com a venda do terreno da Subseção de Altamira para Robério.
Depois disso, o Conselho Seccional, em nota assinada pelo então presidente em exercício, Alberto Campos, e o próprio Robério, também em nota, contestaram em termos igualmente contundentes, as acusações de Lino.
O presidente da Subseção de Altamira deverá ser ouvido às 9h de hoje.
Ontem à noite, ele ainda se encontrava em Santarém.
Deverá chegar a Belém hoje, por volta das 8h, e vai passando para a sede da OAB.
A comissão – que tem na presidência a corregedora-geral da Ordem, Márcia Melaré, e como membros os conselheiros federais Francisco Anis Faiad, do Mato Grosso, e José Alberto Simonetti, do Amazonas – deverá conduzir seus trabalhos na sala de reuniões da presidência da OAB.

“Convite” revela constrangimento em apuração na OAB

Aqui pra nós e que todos nos ouçam, mas a OAB Federal está numa bananosa daquelas para conduzir esta sindicância que efetivamente terá uma de suas fases mais cruciais hoje, quando serão ouvidos advogados de alguma forma envolvidos no angu em que se transformou a venda de um imóvel da Subseção de Altamira.
É que não se tem conhecimento até agora, na História da OAB, de apuração que envolvesse toda a diretoria de uma seccional, sobre objeto que tem pendente de deliberação um pedido de intervenção formulado por subseção da própria entidade.
A OAB, regional e nacionalmente, tem feito muito – para não dizer frequentemente – apurações que envolvem advogados individualmente.
Mas investigar uma diretoria inteirinha, aí a parada já se inclui no âmbito do ineditismo.
E justamente por conta dessa bananosa é que são curiosos – para não dizer curiosíssimos - os termos que a comissão de sindicância utilizou no documento para dar ciência aos envolvidos no caso da venda do imóvel de que deverão depor.
Todas as pessoas que serão ouvidas estão sendo formalmente não notificadas, não intimadas, não convocadas para comparecer perante os sindicantes do Conselho Federal.
Os sindicados estão sendo, em verdade, convidados.
Cada um está recebendo um convite para comparecer à sede da Ordem, em horário estipulado pela própria comissão.
E se é um convite, é evidente que o convidado comparecerá se quiser.
Isso, aliás, está dito com todas as letras, com todos os efes e erres, na correspondência que chegou a cada um dos depoentes de hoje: eles comparecerão perante a comissão de sindicância se quiserem.
Qual o resumo dessa ópera? É que há um enorme, um abissal, um indisfarçável constrangimento dos conselheiros federais escalados para descascar esse abacaxi.

CINEASTA PARAENSE LANÇA FILME SOBRE REVOLUÇÃO CABANA

Depois de escrever e dirigir os longa-metragens Ajuê São Benedito, que trata da temática do trabalho escravo nos seringais da Amazônia, e o Ajuntador de Cacos, retratando a fé e a dedicação do padre Giovanni Gallo, fundador do Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, no Pará, o cineasta, diretor e roteirista Paulo Miranda lança neste sábado, 30 de julho, no Ginásio Municipal de Barcarena, a partir das 19 horas, o filme O Cônego – Senderos da Cabanagem, da produtora Lux Amazônia.
Paulo Miranda explica que o filme é uma ficção inspirada em fatos históricos e conta a experiência vivida pelo Cônego Batista Campos no período anterior à Revolução Cabana, que teve como desfecho a tomada de Belém em 7 de janeiro de 1835.  O Cônego é o primeiro longa-metragem de ficção do cineasta sobre a temática da Revolução Cabana. “Como obra pioneira, não busca abarcar todo o movimento cabano, mas se pauta na trajetória de uma de suas mais influentes lideranças: o Cônego Batista Campos, o homem místico, militante político e intelectual a serviço da gente mais simples do Grão-Pará”, detalha o diretor.
O cineasta diz que embora tenha seu nome emprestado a um dos logradouros mais importantes da capital paraense, a Praça Batista Campos, o religioso ainda é um ilustre desconhecido até mesmo entre os estudantes. “Com o filme O Cônego – Senderos da Cabanagem, a produtora Lux Amazônia e seus parceiros querem contribuir para que este e outros personagens cabanos saiam do esquecimento a que estão relegados. O cinema tem este papel de resgatar a história e trazer à luz dos dias atuais os acontecimentos da Cabanagem”, diz Paulo Miranda.
O Pará aderiu tardiamente à Independência do Brasil em relação à Portugal, proclamada em 1822. Porém, a adesão do Pará à Independência em agosto de 1823 não representou sua emancipação política, mantendo-se inalterado o domínio colonial. O movimento cabano  foi uma revolução popular que buscava pôr fim ao jugo do império português.
O diretor afirma que o cinema nacional ganha mais um trabalho com a cara e o sotaque amazônico. “Se antes a luta era por liberdade, autodeterminação política e econômica, hoje assume também uma importância cultural e artística, principalmente num tempo de globalização e otimização dos vários processos e meios de comunicação”, diz.
De acordo com dados do livro Memorial da Cabanagem, do historiador paraense Vicente Salles, que analisa a Revolução Cabana, um dos marcos fundamentais do período é o debate sobre as idéias republicanas em contraponto com os interesses imperiais da Coroa Portuguesa. Em sua obra, o historiador esboça a história do pensamento político-revolucionário do Grão-Pará. “Em tese, este é o pensamento das classes oprimidas, que se exprime principalmente no esforço de sacudir o jugo infamante. Reflete, entre nós, a luta pela cidadania em que tanto se empenharam índios e negros, solidários nas mesmas vicissitudes pela condição de servos e escravos, na sociedade modelada pelo colonizador europeu que a eles se opunha”, argumenta Vicente Salles.
O historiador acentua que “em toda a parte as relações entre dominadores e dominados suscitaram reflexões e, por vezes, pronunciamentos vigorosos dos humanistas, casta de indivíduos que consideram o Homem a principal peça da história. Também, aqui na Amazônia, ecoaram as vozes dos humanistas, dos que aspiram melhor e mais justa organização da sociedade”, acentua.
O Cônego - Senderos da Cabanagem foi realizado pela Lux Amazônia Filmes com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Barcarena e é fruto do projeto Filma Pará. A ação cultural integrou o poder público municipal, o empresariado e a comunidade local para viabilizar a obra cinematográfica genuinamente paraense. “Dar voz e articular coletivamente a ação interpretativa junto com a comunidade foram fatores inclusivos em todo o período da filmagem”, diz Paulo Miranda.
O projeto envolveu 30 técnicos e produtores e aproximadamente 60 atores, todos selecionados e capacitados pelo coletivo da Lux Amazônia no próprio município de Barcarena. A direção de fotografia é de Sandro Miranda. A direção de Arte é de Raimundo Matos e Sandro Miranda. A direção de Produção foi feita por Ane Viana e Eliene Ribeiro. A produção Executiva ficou a cargo de Minorose Batista, Wellington Lucas e Rutinéa Miranda.

Contato para entrevista: (91) 8267-2296 / 3086-7687
Paulo Miranda – Cineasta
Kid dos Reis - Free-Lance  - 9942.1171

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