quinta-feira, 11 de abril de 2013

De vento em popa


Por Nicias Ribeiro,  Engenheiro eletrônico
A expressão tipicamente amazonida, que uso como titulo deste artigo, traduz o ritmo acelerado das obras de construção da hidrelétrica de Belo Monte que, segundo os construtores, já estão executadas em torno de 30%, o que, aliás, é visto a olhos nus, graças ao trabalho diuturno dos quatro canteiros que se interligam por uma malha de 60 Km de estradas pavimentadas e sinalizadas e que, por óbvio, foi observado pela comissão de Senadores que lá esteve na ultima quinta e sexta-feira.
É evidente que os senadores ficaram impressionados com a velocidade das obras e isto foi expressado em suas respectivas falas, comparando com o que viram na visita de março de 2.012, quando o canal de adução era, ainda, apenas um projeto e do qual, hoje, está pronto mais de dois quilômetros, o que deu para vislumbrar a grandiosidade daquele canal, que, na sua construção, terá uma movimentação de terra equivalente ao do Panamá. Afora isso, é digno de registro a conclusão das ensecadeiras que permite o avanço global das obras nesta época de inverno amazônico, quando o Xingú enche e transborda.
Porém, o que mais impressionou os Senadores foi o Sistema de Transposição de Embarcações que já está instalado e em plena operação e que, com uma estrutura, atende as montarias dos índios, voadeiras e pequenos motores e com uma outra iça barcos de até 50 toneladas que são transportados de um lado para o outro do rio, por sobre as partes secas. Aliás, esse Sistema de Transposição precisa ser visto por todos, até porque no futuro, com certeza, será uma das maiores atrações turísticas de Belo Monte e que, segundo o presidente da Norte Energia, é a única coisa vinda do exterior, uma vez que todo o resto utilizado na obra é feito no Brasil.
                        Por isso, parabenizo todos os diretores da Norte Energia S/A, na pessoa do seu presidente Duilio Figueiredo, pela beleza e pela velocidade das obras de implantação daquela que será, pela graça de Deus, a maior hidrelétrica genuinamente brasileira e a 3ª maior do planeta. E usando a expressão do maior e mais antigo defensor de Belo Monte, José Antonio Muniz Lopes, que, aliás, é cidadão honorifico do Pará e Comendador do Xingú, a hidrelétrica de Belo Monte irá surpreender a muitos, não só pelo sua grandiosidade, mas, principalmente, pela sua beleza, uma vez que é de fato o mais belo e o mais perfeito projeto de hidrelétrica do mundo, apesar da incompreensão e da contestação de alguns que, a bem da verdade, pressionar am tanto o governo que o projeto foi modificado e fizeram de Belo Monte uma usina a fio d’água, o que a meu ver é um crime por reduzir a geração de energia no período da estiagem, de agosto a novembro, tempo em que o rio Xingú fica com pouca água. Mesmo assim, Belo Monte continua sendo importante e necessária para o Sistema Interligado Nacional.

Mas, depois da visita as obras, veio a discussão sobre as condicionantes e as ações de mitigação dos impactos econômicos e sociais que a obra está causando no seu entorno, principalmente em Altamira e Vitória do Xingú que integram a chamada zona quente do empreendimento, ocasião em que a “Norte Energia” informou que já adquiriu o terreno onde serão construídas as casas para onde serão remanejadas as famílias residentes nas margens dos igarapés Ambé, Altamira e Panelas, que, graças a Belo Monte, passarão a morar em casas de três quartos, banheiro interno, além de sala, copa e cozinha.
Registre-se que essas 4.100 famílias sempre moraram nos referidos igarapés, que, para quem não sabe, estão dentro do centro urbano da cidade de Altamira e que a cada inverno, graças as naturais cheias do rio Xingú, eram remanejadas pela prefeitura para outros locais numa verdadeira operação de guerra. São essas pessoas que serão remanejadas graças a Belo Monte e não por causa de Belo Monte, como é dito, maliciosamente, por aqueles que contestam a implantação da hidrelétrica.
Quanto a questão da saúde, que inegavelmente é grave e preocupante, a esperança é de que, graças as tratativas feitas entre a Norte Energia, Comitê Gestor do PDRS do Xingú, Estado e Município, tudo seja solucionado e que a expectativa é que essas ações sejam executadas “de vento em popa”, a exemplo das obras da hidrelétrica em si.         

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