quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Campanha visa alertar população sobre riscos do escalpelamento

O acidente ocorre quando o cabelo enrola no motor da embarcação. Com a força do giro eixo do rotor, o couro cabeludo é arrancado. Em muitos casos, parte da pele da face e do pescoço também é puxada. Nos casos mais graves, a consequência pode ser a morte. As vítimas geralmente são mulheres. No Pará, quase 400 casos já foram registrados. Por conta da gravidade do acidente, da difícil recuperação e do trauma que a pessoa sofre, a Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa), juntamente com os Conselhos Federal e Regional de Medicina, lançaram a Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento, no Pará, nesta terça-feira (5).
Os dados da Sespa informa que 398 casos já foram registrados no estado, desde 1982. Neste ano, de janeiro a outubro, seis acidentes aconteceram. Em 2013, o único caso registrado na região do oeste do Pará foi em Oriximiná, em setembro, quando uma senhora se descuidou e acabou tendo o
escalpo arrancado. “Uma senhora estava na embarcação e foi buscar um pedaço de sabão que tinha caído, ela retirou as tábuas que estavam cobrindo o eixo e naquele momento em que se abaixou, o cabelo se enroscou no eixo e com isso aconteceu o acidente”, conta o comandante da Marinha, em Santarém, capitão José de Fátima Andrade.
A campanha pretende alertar a população sobre o risco do escalpelamento. O trabalho está focado em estudantes de 1ª a 4ª série, estimulando a prevenção. Ribeirinhos também recebem orientações. Mais de 200 mil cartilhas foram produzidas. “Esta campanha tem o objetivo de intensificar a preservação, fazer com que a população, principalmente a ribeirinha, tome consciência da necessidade de cortar a cultura de riscos que as pessoas têm. Acham que nunca vai acontecer, e acaba acontecendo”, explica a Coordenadora Estadual de Mobilização Social da Sespa, Odilene do Socorro Silva.
O acidente pode ser facilmente evitado, se a embarcação estiver com o motor protegido. A Capitania dos Portos, em Santarém, faz a doação e instalação do material. “Nós temos materiais para cobertura de eixo e cobertura de rotor. A pessoa que compra a embarcação, pode procurar a Capitania que a gente faz questão de doar o material e fazer o trabalho de cobertura de eixo. A pessoa sai satisfeita e com isso evita que ocorra o escalpelamento”, comenta o capitão Andrade.

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