sexta-feira, 4 de abril de 2014

Bimotor desaparecido em Jacareacanga pode ter sido sequestrada pelo narcotráfico

"O piloto Luiz Feltrin, e os técnicos de enformagens Luciney Aguiar, Raimunda Costa, Rayline Brito e Ari Lima, estão desaparecidos".

Por: Gerciene Belo

Luiz Feltrin,  Luciney Aguiar, Raimunda Costa, Rayline Brito e Ari Lima, estão desaparecidosEm meio a versões conflitantes e informações desencontradas, completam hoje, 18 dias que o avião bimotor modelo Beechcraft BE 58 Baron, matrícula PR-LMN, desapareceu perto de Jacareacanga, no Sudeste do Pará, com cinco pessoas: as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari Lima, além do piloto Luiz Feltrin.
Dezenas de varreduras já foram feitas, e até de oferecimento de recompensa de R$ 19 mil reais para quem achar o avião, o que motivou uma verdadeira caçada ao bimotor em plena mata fechada da região, que está sendo feita sem sucesso nenhum.
Muitos mistérios cercam o desaparecimento desse avião, e a exemplo do que aconteceu com a aeronave que desapareceu na Malásia, tem gente já apostando na possibilidade de ter sido seqüestrado por traficantes da Bolívia e ou da Colômbia. Pois casos não faltam, de diversos aviões do mesmo porte que desapareceram sem deixar vestígios.

De 2010 pra cá mais de dez casos foram identificados como prováveis seqüestros. Os traficantes utilizavam a prática devido ao cerco se fechando ao narcotráfico via terrestre. Sem alternativas, os traficantes seqüestram os aviões para serem utilizados nos transportes de grandes quantidades de entorpecentes. Droga esta, que são jogadas de cima em pequenas fazendas, onde seus ocupantes, treinados, efetuam a distribuição, evidenciando a comercialização desenfreada de drogas no Brasil.
Um avião Cessna 182, de fabricação boliviana foi apreendido por policiais civis do Denarc (Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico – RS), no início do ano.  Além de a aeronave estar com o prefixo falso, foi encontrado dentro da mala do piloto formas de letras que deveriam ser utilizadas para pintar prefixos falsos em aeronaves, provavelmente depois de terem sido seqüestradas. É claro!
Então, e possível supor que o roubo de carros daqui a algum tempo poderá ficar ultrapassado, devido a grande incidência com esses casos de roubo de aeronaves, que vem acontecendo. Já foi veiculado até casos de pilotos que resolveram se bandear pro lado do crime e forjar um seqüestro do avião em que trabalha. Ou até mesmo de sua propriedade, para criar um álibi.
Contudo, é preciso que as autoridades se permitam investigar todas as possibilidades, inclusive a de seqüestro, visto a freqüência com que vem acontecendo tal sumiço de aeronaves, sem explicação e rodeados de mistérios. De um lado, os responsáveis tanto pela aeronave, no caso a empresa Jotan Taxi Aéreo, proprietária, que recua ao ser questionada sobre o acidente, afirmando que só vai se pronunciar quando a aeronave for encontrada e de outro a inexistência de um órgão eficaz, aqui em Santarém, que possa realizar uma investigação mais apurada sobre fato. E descobrir de uma vez por todas o que o realmente aconteceu com esse avião, e onde estão seus respectivos passageiros.
Ate a imprensa é “poupada” das informações como se apenas atrapalhasse. Ninguém informa absolutamente nada. As informações veiculadas na verdade partem dos familiares dos passageiros, e amigos, que são os únicos que estão realmente trabalhando para que este caso tenha fim. A angústia das famílias vira revolta, marcada por tristeza a qualquer informação desencontrada. Só que o desencontro na realidade está justamente na falta de informação sobre o caso. Os familiares estão investigando por conta própria, aliado aos seus amigos. Ninguém está buscando culpados e nem querendo julgar ninguém.
Mas urge que providências sejam tomadas para que as associações ligadas ao setor, a Justiça, família, amigos e quem puder colaborar se unam no sentido de que se não houve seqüestro, encontrem o avião perdido. É possível, também, que, diante dessa análise, alguém afirme não termos compaixão das famílias que estão sofrendo com a provável perda de seus entes queridos ao direcionarmos mais uma alternativa de pesquisa, de investigação, e eliminar as possibilidades no sentido de que seja resolvida essa situação com a maior rapidez possível. Pois, cremos, seja a dúvida, portanto, a principal causa do sofrimento de todos.
Comandante Joaquim Hamad acredita que avião caiu em rio e há sobreviventes
PILOTO DESCARTA SEQÜESTRO DE AERONAVE: Um desses prováveis seqüestros até hoje não se sabe o paradeiro da aeronave. E tem as mesmas características do sumiço desse avião que desapareceu perto de Jacareacanga. Muito próximo por sinal, para que não seja encontrado até o momento. É o caso do avião Sêneca (PT-EZC) pilotado por Cleymer de Souza Portela, que foi encontrado com vida, dias depois na Bolívia, mas sem sinal nenhum da aeronave que tinha saído de Cuiabá com destino a Rondonópolis. Da mesma maneira o dispositivo de queda não foi acionado como é o caso dessa aeronave, o que reforça uma provável tese de seqüestro, mas, também, reforça ainda mais a possibilidade de estarem vivos, segundo o piloto, Joaquim Hamad, que em entrevista à nossa reportagem, afirmou acreditar mais nessa alternativa, do que um provável seqüestro. Ele explicou que o dispositivo em casos de queda brutal deveria ter sido acionado imediatamente, o que não ocorreu. Pois teria emitido sinais na água por 48 horas e na mata por 72 horas. Mesmo com a forte neblina sobre a floresta e o mau tempo que assola toda a região seria possível localizar o paradeiro da aeronave.
Com experiência de 30 anos de vôo em toda a região Amazônica, o piloto Joaquim Hamad vai direto ao assunto quando fala sobre o sofrimento das famílias relacionado às essas prováveis alternativas. “Não se sabe se estão vivos, se estão mortos. A esperança é que estejam vivos devido a dezenas de casos de queda de aviões e que seus passageiros foram encontrados com vida, mesmo após trinta dias perdidos nas matas”, disse descartando totalmente a probabilidade de seqüestro. E se alguém tivesse forçando a técnica de enfermagem Rayline Campos mandar aquela mensagem? Ele responde que pelo horário do vôo seria impossível alguém fazer aquilo, sendo que estavam praticamente a dez minutos de Jacareacanga. Se houvesse a probabilidade não iriam seqüestrar mandando mensagens e com a cobertura de comunicação muito próxima. Desvio de rota muito menos, descarta devido à larga experiência do piloto Feltrin. E mesmo assim, se tivesse ocorrido isso, devido à proximidade alguma comunicação teria sido feita. Logo, o sistema de gestão de vôos deveria teria captado imediatamente.
Conclui informando que o piloto Luiz Francisco Feltrin, de 54 anos, era muito seu amigo, e voava desde os tempos em que não utilizavam sequer GPS, funcionavam apenas “olhômetro”, fazendo marcações, com referências no solo, tendo como base os rios existentes na área, afirmando que o GPS seria a invenção do século. “Por várias vezes afirmou que se Luiz Feltrin tivesse que fazer um pouso de emergência iria pousar na mata, porque não sabia nadar. Mas eu acho que eles estão vivos, e na água, rumo ao Porto Rico”, que é uma área que ainda não foi vasculhada, alerta.
NOTÍCIA FALSA: Um garimpeiro informou na terça-feira (1º de abril) à Defesa Civil que teria visto sinais do avião a cerca de 80 km da região de Jacareacanga. De acordo com José da Silva Cavalcante, da Defesa Civil, as informações estão desencontradas. “Muitas pessoas dizem que viram o avião em locais diferentes. Então, sempre verificados se é verídico, mas até o momento não achamos nada”, explica.
José da Silva diz que a Força Aérea Brasileira fez uma rota, chamada de zona vermelha, em uma aérea considerada de maior probabilidade do avião ser encontrado. Para definir a rota, a FAB levou em consideração o último contato e sinal do avião com a torre. Cerca de 20 homens da Defesa Civil estão na mata fazendo buscas. “Nossa equipe está há dois dias fazendo buscas na mata e estão voltando hoje (quarta-feira, dia 02). Até agora nada foi encontrado, pois eles têm a orientação que caso encontre algum sinal, façam fogo para a fumaça chamar a atenção das equipes que estão nas aeronaves”, explica Cavalcante. Até a noite de terça-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) já havia percorrido 3586 quilômetros quadrados, em mais de 144 horas de vôo.

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