sexta-feira, 24 de junho de 2016

IBAMA revelou a existência de crime organizado no eixo da BR-163, na região oeste do Pará


Depois da equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),ter sido atacada durante a operação denominada “Onda Verde”, de combate ao desmatamento ilegal na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, em Novo Progresso, com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará (Segup), o órgão revelou a existência de crime organizado no eixo da BR-163, na região oeste do Pará. 
Durante fiscalização na FlonaJamanxim, a equipe do Ibama foi atacada a tiros na tarde do dia 17 de junho, deste ano. O 1º sargento João Luiz de Maria Pereira, do Grupamento Tático Operacional do Comando Regional da PM de Itaituba, foi assassinado numa emboscada após a destruição de acampamento ilegal de madeireiros dentro da unidade de conservação federal.

Em depoimento à Policia Civil de Novo Progresso, integrantes da equipe relataram que o homicídio ocorreu por volta de 15h30 do dia 17, no entorno de uma estrada de terra conhecida como Vicinal da Francy, a cerca de 80 km da área urbana de Novo Progresso. Os agentes de fiscalização, com apoio do Grupamento Tático, destruíram o acampamento. Ninguém foi encontrado no local. Em seguida, ao dar continuidade às ações de fiscalização na região, o grupo sofreu a emboscada. Baleado no pescoço e no ombro, João Luiz foi socorrido pela equipe, mas morreu cerca de 40 minutos após o ataque.
Os agentes federais e estaduais estavam no interior da Flona desde o dia 15 deste mês. Às vésperas do homicídio, foram apreendidos um trator, um caminhão e vários motosserras, que pertenceriam ao grupo responsável pelo acampamento ilegal e pelo ataque criminoso.
Criada em 2006, a Flona do Jamanxim possui 1,3 milhão de hectares – cada hectare equivale a um campo de futebol. Integra a região mais crítica do desmatamento na Amazônia.
O homicídio está sendo investigado pela Polícia Federal (PF). “O Ibama se une à família e aos amigos do sargento João Luiz, recebendo com dor esse crime brutal. Agradecemos muito sua contribuição na proteção da Amazônia”, disse a presidente do Ibama, Suely Araújo. Equipes foram enviadas ao local para reforçar o combate ao desmatamento.
“O assassinato na Flona do Jamanxim é resultado da ação do crime organizado no eixo da BR-163, com o objetivo de deter a atuação legítima do Ibama e seus parceiros na Operação Onda Verde. Lamentamos profundamente a morte do sargento João Luiz, que resultará em uma atuação ainda mais firme do Estado brasileiro contra aqueles que lucram com a destruição do patrimônio ambiental do país”, afirmou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.

A Onda Verde é uma operação preventiva de combate à extração ilegal de madeira, realizada em áreas críticas de desmatamento na Amazônia, com base em alertas gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na manhã de domingo, 19, o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), JeannotJansen, esteve na cidade de Santarém, no oeste do Pará, onde acompanhou o velório do sargento da Polícia Militar do Grupamento Tático de Operações, João Luiz Maria Pereira, morto durante uma ação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra madeireiros dentro da reserva Jamanxim, localizada no município de Novo Progresso. O militar estava lotado em Itaituba. acompanharam o general Jansen, o delegado geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino; e o comandante da Polícia Militar, coronel Roberto Campos.
COMBATE AO CRIME ORGANIZADO: Durante o velório realizado na Igreja Assembleia de Deus da Alvorada, no bairro São José Operário, em Santarém, o secretário JeannotJansen prestou as condolências aos familiares do militar de 45 anos, dos quais 24 voltados ao serviço na corporação. “Estamos prestando nossa homenagem ao agente de segurança e nos solidarizando à família. Lamentamos muito a perda do militar, mas ressaltamos que temos orgulho do sargento e a satisfação pela dedicação e a bravura dele. Não deixaremos essa morte sem o devido esclarecimento, já determinei a intensificação das buscas aos responsáveis pelo homicídio, já temos um inquérito e várias linhas de investigação”, enfatizou Jansen.
A PM tomou todas as providências para o traslado do corpo do integrante do GTO para Santarém, além de prestar o apoio psicossocial aos familiares. O sargento José Luiz era divorciado há dois anos e deixa duas filhas, uma de 21 e outra de 15 anos. Com honras, o militar foi sepultado por volta de 16h30, de domingo 19, no cemitério do Mararú, em Santarém.
Além de familiares, amigos de infância e “de farda” prestaram as últimas homenagens a José Luiz. No sábado, 18, durante o transporte do corpo entre o aeroporto e o local do velório, realizado numa Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros, militares, posicionado em frente ao 3º Batalhão da PM, prestaram continência em homenagem ao sargento. Vários veículos da área de segurança e particulares participaram do cortejo.
VIDA: Antes mesmo de compor o quadro da PM, o policial foi soldado do Exército Brasileiro. O sargento era um de cinco irmãos e filhos dos cearenses Francisco Luis Soares e Francisca de Maria Pereira. O irmão Charlisval Soares, 43, destacou a disciplina do irmão. “Sempre estudou e acabou por se formar em Educação Física, cuidava do corpo. Ajudava sempre a família e no financiamento do estudo das filhas. Sempre apaixonado por missões, estava atualizado nos treinamentos”, disse o irmão. “Perdemos um profissional comprometido. Ele era linha de frente, altamente treinado e muito disciplinado”, salientou o cabo Rivelino da Rocha, 35 anos, da Associação dos Militares Estaduais do Oeste do Pará. “Batizei o meu filho com o nome dele, José Luiz, pois ele era um exemplo de ser humano é um grande amigo”, disse Francinete Santos, de 41 anos.
FORÇA TAREFA CAÇA MATADORES DE SARGENTO DA PM: Seis pessoas foram presas em ação do Ibama, no Município de Novo Progresso, acusadas de desmatamento, em uma área embargada, dentro da FlonaJamanxim.Durante a operação, foram apreendidos, dois motosserras, uma espingarda, um caminhão Mercedes, cor azul, placas JYS-9802, da Cidade de Sinop, Estado do Mato Grosso e um trator de esteira, modelo AD 14D. Os acusados foram levados para a carceragem da Delegacia de Polícia Civil de Novo Progresso.Em entrevista à imprensa, os presos negaram participação no esquema de desmatamento dentro da FlonaJamanxim. Eles comentaram que cada um são proprietários de 42 hectares de terra naquela região e, que são agricultores. Os presos acrescentaram que o trator e o caminhão não lhes pertencem.
Tropas de elite estão em Novo Progresso. O objetivo da missão é localizar e colocar na cadeia os matadores do sargento João Luiz. Uma força tarefa foi montada com a participação de homens Polícia Militar do Pará, da Força Nacional de Segurança, IBAMA e ICMBio, com o objetivo de desbaratar e retirar de dentro da reserva pessoas que estão retirando madeira ilegal na Flona Jamanxim. Um inquérito apura a morte do policial.
Rayllane, Zé Índio e Ivan “Pastor”, foram presos ao darem cobertura ao acusado de ter matado policial
OPERAÇÃO “URSO BRANCO” CAÇA SUSPEITO DE MATAR PM: Uma operação denominada “Urso Branco” que envolve policias militares de Itaituba; Santarém e Novo Progresso, além de policiais civis de Itaituba e Belém esta caçando o assassino do sargento João Luiz em NP. A operação esta sendo realizada na Flona Jamanxim, região do município de Novo Progresso. A Polícia procura um elemento identificado por Lucas Oliveira, que já foi preso antes por latrocínio (roubo seguido de morte). Sua foto foi encontrada no arquivo da Polícia e divulgada.
A operação iniciou no sábado, 18 de junho, e na tarde de terça feira, 21 de junho, o serviço reservado do 15ª-BPM chegou até Rayllane Gonçalves Silva, companheira de Lucas, que também estava na mata quando ocorreu o crime. Segundo ela, todos estavam no barraco e ao perceberam a chegada dos agentes do IBAMA e dos Policiais Militares, se esconderam na mata. Em depoimento à Polícia, Rayllane disse que,ouviu os tiros, depois de passar algum tempo se encontrou com Lucas, seu companheiro há 03 meses, que teria dito a ela: “Volta pra cidade que eu me viro melhor sozinho aqui até a poeira baixar, arranja um número para eu te ligar, devo ir para NP na quarta”, que seria na quarta-feira 22 de junho. Rayllane disse ainda que Lucas pode estar escondido na região de mata fechada e que pode ter sido ele mesmo que atirou no sargento.
Informações colhidas pela Polícia dão conta que Lucas era o único a andar armado no local, pois tinha duas armas, uma espingarda calibre 20 e um revólver calibre 38, e somente o mesmo manuseava suas armas, não deixava ninguém pegá-las. Ainda na conversa entre Lucas e Rayllane; Lucas teria pedido que a mesma quando chegasse à cidade procurasse ajuda de um homem identificado por “Zé Índio”, que também foi preso na operação. Rayllane se encontrou com “Zé Índio” e repassou a situação a ele, o mesmo teria dito que era para ela ficar em casa escondida que seu companheiro tinha matado um policial militar e que iriam atrás dela e foi o que aconteceu. “Zé Índio” também foi preso.
A Polícia prendeu, também, um homem de prenome Ivan, conhecido por “Pastor”, que segundo informações era um dos que estavam no barraco que foi incendiado pelos agentes do IBAMA e teria ajudado a apagar o fogo. No retorno dos agentes com os PMs ele estaria escondido na mata e teria visto o sargento ser alvejado por Lucas.
De posse de algumas informações sobre o paradeiro de Lucas que ainda pode estar escondido nas proximidades de onde aconteceu o crime, os policiais continuam na região. Segundo Rayllane, Lucas conhece bem a região de mata fechada, fato que pode dificultar sua captura, mas policiais especializados nesse tipo de ocorrência estão na região e a qualquer momento poderão prender Lucas, que está armado, é perigoso e pode ir para o confronto com os policiais. Com informações e fotos de Junior Ribeiro. 

Por: Manoel Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe do Blog do Xarope e deixe seus comentários, críticas e sugestões.