Com
um jeito muito “feminino” de ser,o eleitor brasileiro renova as
promessas de não se deixar mais ser enganado pelos que eles qualificam
de ladrões, safados, mentirosos e outros adjetivos que não se permitem
publicar neste periódico.
Mas, é só vir outra eleição e lá estão
eles em busca da melhor proposta para assim escolher os que irão
continuar governando, ou que voltarão a governar ou aqueles que se
elegerão pela primeira vez.
Mas, falando em jeito feminino, você já
observou como o eleitor, na hora de escolher candidatos para votar, se
parece com as mulheres quando escolhem maridos ou namorados?
Vamos comparar.
Mulher não namora amigo sob a seguinte alegação:
“O que é isto, fulano, a gente é amigo há muito tempo, não vamos estragar nossa amizade!”
Pois é, era exatamente o amigo, aquele
cara conhecido que entenderia seus problemas que deveria ter chance,
exatamente por conhecê-la!
O que ela procura é um desconhecido que
fale um monte de coisas agradáveis, que lhe faça inúmeros elogios, mesmo
que o espelho os desminta, que lhe faça um monte de promessas, mesmo
que ela saiba que jamais serão cumpridas.
Com o eleitor acontece a mesma coisa.
Nunca conte com o voto dos amigos; eles dificilmente votarão em você.
Assim, o eleitor obriga o político a se vestir de Dom Juan e partir para
novas conquistas, já que os que o conhecem raramente votarão nele.
O eleitor, infelizmente, assim como as
mulheres, busca aparência e possibilidade de ganho individual.
Esquecendo a coletividade, mergulha em seus próprios benefícios
pessoais.
Político precisa ter carrão, ostentar
poder e em períodos eleitorais, só neste período, se fantasiar de herói
de quadrinhos e deixar de lado a personalidade humana. O eleitor sabe o
que é possível e impossível nas inúmeras promessas feitas em palanques,
panfletos ou programas de TV. Mas, assim como a sonhadora mulher
conquistada, contraria qualquer alegação que conteste o que o candidato
prometeu, alegando ainda ser “intrigas da oposição”.
A mãe:
“Minha filha, este cara não presta.”
A filha:
“Mas, é tão gentil comigo!”
Os telejornais:
“Esse candidato é corrupto, renunciou para não ser cassado.”
O eleitor:
“É, pode até roubar, mas ele fez muitas obras!”
Acho incrível a cara de eleitor
arrependido se fazendo de vítima. Acho ainda mais incrível o fato de que
o eleitor não assista aos programas eleitorais, acessa a internet
apenas para ver o Orkut ou outras futilidades, e não acessa a vida de
certos candidatos para saber em quem de fato está votando.
Sabe por que a boca de urna insiste em
se manter firme e forte, apesar das intensas campanhas de combate a ela e
das proibições e penalidades impostas aos infratores?
É simples. Os candidatos sabem que a
ignorância dos eleitores lhes permite na “boca da urna” conquistar o
voto ou fazer mudar de opinião.
Sei que o que vou contar não é novidade,
mas acho incrível também que a maioria dos eleitores sai para votar e
não tem noção de quais são os candidatos que merecem seu voto.
Isto explica por que tanto “santinho” é jogado nas ruas na madrugada do dia das eleições.
Agora, o que não explica é eleitor se
fazer de vítima depois das eleições querendo me convencer de que sabia
que o candidato que ele viu no “santinho”, de santo não tem nem o nome.
Por Francesco Costa
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