terça-feira, 6 de junho de 2017

Alenquer, Curuá e Monte Alegre intensificam vacinação contra febre amarela

As equipes do Governo do Estado seguem empenhadas no trabalho de prevenção à febre amarela no oeste paraense. A vacinação na zona rural dos municípios da região é a prioridade. Profissionais das secretarias de Estado de Saúde Pública (Sespa) e Segurança e Defesa Social (Segup) garantem apoio às prefeituras, sobretudo, na vacinação das comunidades. A maioria das localidades é de difícil acesso. Algumas ficam em áreas de várzea, outras só se chega de barco ou moto.
Nesta quarta-feira (29), as comunidades Mamiá, em Alenquer, Novo Brasil, em Monte Alegre, e Maloca, em Curuá, recebem a vacina. O trabalho de imunização é feito por agentes de saúde dos municípios com o apoio de profissionais do Governo do Estado. Somente para Alenquer, onde foram confirmadas três mortes por febre amarela este ano, o Estado destacou uma equipe de 25 pessoas, entre policiais e bombeiros militares, membros da Defesa Civil e técnicos da Sespa. Tudo para garantir que a vacina chegue aos diversos rincões da região.
“É um trabalho preventivo em conjunto entre Sespa e Segup, para que possamos imunizar o maior número de pessoas possível na região. Com as aeronaves a gente consegue chegar às localidades mais distantes e carentes e com muito mais rapidez do que se fôssemos pelas estradas”, explica o major PM Mauro Maués, que coordena o trabalho em Alenquer. Graças ao Graesp, mil pessoas da comunidade quilombola Pacoval, que fica a cerca de 50 quilômetros de Alenquer, foram vacinadas na terça-feira (28).
O prefeito de Alenquer, Juraci Estêvão de Souza, reconhece o apoio do governo e diz que, sem esse aporte, o combate à febre amarela seria muito mais difícil. “O suporte aéreo, com as aeronaves e o helicóptero do Graesp, é fundamental para o município, sobretudo, nessa época de chuvas intensas, quando as localidades rurais ficam, muitas vezes, ilhadas em função das cheias dos rios. Essas equipes do Estado estão se dedicando de maneira incansável à causa, o que nos deixa muito agradecidos. Estamos sendo assistidos desde o primeiro momento com pessoal, vacinas e todo o apoio logístico”, afirmou.
Alerta – Tão importante quanto o trabalho de vacinação das comunidades é a educação em saúde. Disseminar informações sobre a febre amarela entre os profissionais e a comunidade ajuda a prevenir a doença e garante maior controle vetorial. O médico veterinário Roberto Brito, da Vigilância Epidemiológica da Febre Amarela da Sespa, ministrou na manhã desta quarta palestra para agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos de Monte Alegre, para tirar dúvidas e reforçar as ações nas comunidades.
Roberto Brito também participa da equipe que faz o registro das mortes de macacos no Estado, ocorrência que pode sinalizar a presença do vírus da febre amarela em determinada região. Em Curuá, a Sespa coletou na segunda-feira (27) material do cadáver de um primata encontrado na comunidade Fartura. No dia anterior, o veterinário fez o georrefereciamento da área onde duas carcaças haviam sido encontradas por moradores.
Somente este ano, o Pará já registrou 125 mortes de macacos; dessas, seis foram por febre amarela: três em Rurópolis e em Belém, Alenquer e Marituba. “Quando a morte de um primata não humano é relatada e registrada, devemos fazer naquela região o bloqueio, que é o trabalho preventivo com a vacina. Por isso no momento a vacinação é direcionada à zona rural, pois é lá que os macacos estão sendo encontrados”, explica o veterinário Fernandes Esteves, coordenador do Grupo de Trabalho de Zoonoses da Sespa.
O agente de endemias Jailson Marinho Soares, de Curuá, recebe a maior parte dos relatos de mortes de macacos. Cabe a ele também acionar a saúde pública do Estado, para iniciar o trabalho de bloqueio da doença. “Graças ao apoio dos profissionais do governo, estamos conseguindo combater a febre amarela e levar mais saúde para a nossa gente. Continuamos em alerta para registrar as mortes dos primatas e levar a vacina às áreas mais longínquas do município”, frisa.

Acompanhamento – A Sespa registrou quatro mortes por febre amarela no Pará este ano – três em Alenquer e uma em Monte Alegre –, todas na zona rural do oeste do Estado, região considerada endêmica para a doença. Os dois óbitos confirmados na última terça-feira (28) são o de uma criança de 10 anos e de um adulto de 23. Ambos eram moradores de Alenquer e foram internados no Hospital Regional de Santarém, mas não resistiram. Eles adoeceram antes do plano emergencial ser anunciado pela secretaria na semana passada.
Por causa da localização das ocorrências, a orientação da Sespa é que a vacinação seja intensificada nas áreas de floresta onde foram encontrados macacos mortos e houve registro da doença. “A febre amarela é uma doença silvestre, portanto, não há motivo para correr aos postos de saúde na cidade, onde a vacina já faz parte do calendário regular de imunização. Nesse momento estamos atendendo os moradores da zona rural e garantimos que não vai faltar vacina para ninguém”, afirma a secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães. Estado com cobertura vacinal de quase 80%, o Pará dispõe de cerca de 310 mil doses da vacina contra febre amarela.
Por Luiz Carlos Santo

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