segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Oito vítimas de naufrágio em Óbidos são identificadas por DNA

Foram divulgados os resultados dos exames comparativos de materiais genéticos entre os familiares e as vítimas do acidente com o rebocador CXX ocorrido no Rio Amazonas no dia 2 de agosto, no município de Óbidos. Os exames de DNA foram realizados no laboratório forense de Belém e até o momento identificaram oito corpos.
Em reunião preliminar os familiares foram informados quais vítimas estão identificadas. As famílias solicitaram que os corpos continuem conservados em câmara fria até que esteja organizado o velório coletivo, que deve acontecer em 2 de janeiro, ainda sem local definido.
Foram identificados os corpos de: Cleber Rodrigues Azevedo, Dárcio Vânio Rego, Dick Farney de Oliveira, Ivan Furtado da Gama, Juraci dos Santos Brito, Wandel Ferreira de Lima, Adriano Sarmento de Castro e Marcelo Reis Moreira. Falta identificar o corpo de Carlos Eduardo Bueno de Souza.
Segundo o perito Felipe Sá, que coordenou as perícias criminais desse caso, nos dias 5 e 6 de dezembro o trabalho se deu com a perícia do local de crime na embarcação, a localização, recuperação dos corpos e a remoção para o IML. No dia 7 foi feita a necropsia de todos os corpos e a coleta de amostra biológica para exame de DNA. E no dia 8 de dezembro, as amostras foram levadas para o laboratório forense, em Belém.
“No dia 11 de dezembro é que o laboratório de DNA Forense pôde dar início aos trabalhos e nós demos toda a prioridade por que as famílias na realidade já estavam na fila desde o dia 2 de agosto. Então, paramos todas as análises e focamos no caso deles. O resultado poderia ter sido divulgado dias antes, mas em função das amostras que estavam dos estados do Maranhão, Amazonas e São Paulo, nós procedemos e hoje conseguimos, com exceção da amostra que está vindo de São Paulo, identificar oito vítimas”, relatou Felipe Sá.
O perito destacou que o trabalho foi feito seguindo o protocolo da Interpol para Identificação de Vítimas de Desastres de Massas. "Nós trabalhamos a mesma técnica que foi aplicada no caso do naufrágio ocorrido em Porto de Moz, em que obtivemos resultado positivo. O protocolo segue uma classificação de aberto, fechado ou misto. No caso da embarcação CXX que tinha lista de passageiros, tripulantes e não nos deparamos com nenhuma surpresa, o desastre foi classificado como fechado", explicou.
Para chegar à identificação das vítimas, o trabalho da perícia foi dividida em três etapas: o anti mortem (entrevista familiares, análise dos exames que as vítimas tinham em vida e coleta de material para exame de DNA), post mortem (perícia no local do acidente, no empurrador e retirada dos corpos), e a fase final que foi a etapa de confronto (cruzamento das informações da etapa anti mortem com a etapa pós mortem para gerar a identificação dos corpos).
Felipe Sá informou que o material biológico de familiares de Carlos Eduardo Bueno de Souza foram enviados por Sedex para Belém, na segunda-feira (18) pelo Centro de Perícias Criminais de São Paulo. "Com a chegada do material genético dos familiares da vítima de São Paulo que foi coletado pelo CPC daquele estado, será possível chegar à identificação do nono corpo. Nós acreditamos que até metade da semana que vem o resultado esteja disponível para os familiares".
Segundo Felipe, a próxima etapa agora é a liberação dos corpos e exames complementares para a produção dos laudos.

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