“É dolorido vermos que o nosso bebê não está sendo imunizado”, diz uma mãe
Lara Ferreira e Dra. Luana Viana relatam momentos de desespero para vacinar seus filhos
Nossa reportagem esteve no Parque da Cidade, com duas mães que passam por dificuldades todas as vezes que precisam levar seus filhos para tomar vacinas, pois periodicamente, todos os meses precisam desses medicamentos, fora as campanhas. Lara Ferreira, mãe do Edson Paixão, conta qual tem sido a sua maior dificuldade no momento em que ela tem que levar seu filho para se vacinar.
“Quando vou procurar a vacina no posto de saúde do meu bairro, que já é agendada por lá mesmo, sempre está em falta. Aí vai se prolongando e chega uma fase que o bebê completa a idade e não consegue mais a vacina, ou seja, ele não pode mais ser imunizado. Isso é uma preocupação. Na segunda-feira, eu e meu esposo, mais uma mãezinha da Nova República tivemos que ir a Mojuí dos Campos para vacinar nossos bebês, porque a vacina dele foi agendada para o dia 4 de outubro e desde então não tinha vacina no posto de saúde da Nova República. Nós andamos em outros postos, do Livramento, Santíssimo, Santa Clara e Fátima e essa vacina não tinha. Foi que ligamos para Mojuí dos Campos e eles falaram que nós poderíamos ir lá, que eles aplicavam a vacina. Nós só levamos mais uma mãe e lá nossos filhos foram vacinados. Até agora essa vacina não chegou em Santarém e eu creio que seja no Município todo, por isso fica complicado, porque nós, enquanto mães, temos uma preocupação a mais com essa questão. É dolorido vermos que o nosso bebê não está sendo imunizado. O que muitos falam, é que nós mães não procuramos o posto de saúde. Isso não é verdade, a gente procura sim, só que não tem vacina e aí a situação fica complicada. Se o bebê pega uma doença, porque ele não imunizado, é muito triste. A gente tem uma preocupação imensa com relação a isso”, disse Lara Ferreira.
ADVOGADA DIZ QUE CALENDÁRIO TEM DE SER RESPEITADO
A advogada Luana Viana, que é mãe do João Arthur, também passa por uma grande dificuldade todas as vezes que precisa levar seu filho para se vacinar: “Sempre que a gente chega no posto de saúde tem um leque de vacinas, um calendário de imunização e, o que a Lara falou realmente é verdade. Se você passa muito tempo, você chega no posto, eles não querem mais aplicar a vacina, dizem: ´Não mãezinha, pois já passou do tempo`. Eu levei o meu bebê para vacinar ontem, uma vacina que ele deveria ter tomado há um tempo atrás, graças a Deus foi possível aplicar. Levei no posto de saúde do bairro do Vitória Régia e eu consegui. Mas no caso da Lara, a enfermeira disse que já existem vacinas que ela não conseguiu aplicar, porque já passou do tempo. Então, todo esse calendário tem de ser respeitado, porque senão não imuniza os bebês. É muito perigoso isso, outra questão, é a história do “ah!, só pode vacinar as crianças do bairro”. Eu fui buscar informações e não existe nenhuma fundamentação legal para isso, o que existe é uma discricionariedade das enfermeiras daquele posto. A enfermeira do posto tal orienta e determina que só pode vacinar as crianças do bairro, porque senão vai acabar a vacina para elas, já vêm muitas mães de outros bairros. Mas, o que eu penso é o seguinte: se não é legal, não tem nem fundamentação, e é uma coisa desagradável, porque se as mãezinhas do bairro não vão buscar a vacina e outras pessoas estão interessadas, por que não vacinar? Preferem estragar a vacina do que imunizar as crianças? Então, essa questão tem de ser revista, porque não tem nenhuma base legal para isso, é uma discricionariedade da chefia daquele posto de saúde, da pessoa responsável, da enfermeira responsável pelas vacinas naquele posto. Eu vejo que deve acabar essa questão de só vacinar as crianças daquele bairro. No caso dela, fez um agendamento, aguardou e não conseguiu. Graças a Deus ela conseguiu em outro lugar, em outro Município. Eu mesma nunca consegui vacina para o meu filho no bairro onde moramos, João Arthur só toma vacina em outros postos, mas comigo graças a Deus nunca aconteceu essa situação de chegar e alguém me responder não pode, porque só pode as crianças do bairro. Graças a Deus eu nunca passei por isso, só aconteceu de não ter e quando ele era menor, do tamanho de um bebê, nós chegamos a ir em 10 postos de saúde no mesmo dia e todos não tinham”, disse Dra. Luana Viana.
Nossa reportagem também falou com Bárbara Oliveira Batista, que está com uma dificuldade para vacinar sua filha Emanuelle.
“Não tem vacina. Eu fui em três postos de saúde: no Centro, no Santarenzinho e aqui na Nova República; Eu preciso por causa do Bolsa Família. Se eu perder, ela também vai perder, porque ela vai fazer 1 ano e 6 meses. Faz muito tempo mesmo que não tem essa vacina e hoje eu vim aqui no posto de saúde e não tem de novo. Então, é ruim e ninguém nos dá uma resposta de quando vai chegar essa vacina. Minha filha precisa da vacina Meningo. Tem mães que precisam, pois já nasceram vários bebês e também precisam tomar essa vacina”, disse Bárbara Batista.
Por: Gláucia Rodrigues
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