De uma só vez, Isaíldes Batista ficou sabendo que perdeu o neto e que sua filha fora presa pelo crime
Isaíldes Batista, 58 anos, ainda não conseguiu assimilar tudo que ocorreu com sua família em Planalto, no norte do Estado. Em 15 de maio, ela percebeu o desaparecimento do neto Rafael Mateus Winques, 11 anos, e insistiu para a sua filha, Alexandra Dougokenski, a mãe do menino, avisar as autoridades. Foram 10 dias de aflição até que, nesta segunda-feira (25), Isaíldes ficou sabendo que o neto estava morto e que a filha tinha sido presa após confessar o crime.
— Não cai a ficha pra nós. Não acreditamos em tudo que tá acontecendo — disse a avó de Rafael, que jamais pensou que sua própria filha tivesse assassinado seu neto.
— A gente quer Justiça para quem fez essa maldade, e que vai pagar. Não considero mais ela (Alexandra) minha filha. A gente não aceita. Se foi ela, ela é um monstro — desabafou Isaíldes
Ao mesmo tempo em que tenta compreender tudo, a avó recorda, com carinho, sobre o neto:
— O Rafa era querido por todos, um amor. Um sonho de criança. É como um pedaço da gente (que) está indo. É tudo muito triste, muito cruel.
Foi ela que percebeu que Rafael havia sumido de casa. No dia 15 de maio, uma sexta-feira, foi levar algumas contas na casa da filha, que fica do outro lado da rua de sua residência. Ao chegar, por volta das 8h, notou que Rafael não saiu do quarto para lhe dar um abraço, como tradicionalmente fazia. Pensou, em um primeiro momento, que ele havia se escondido.'
— O Rafa sempre sai lá de dentro, me incomoda e brinca, coisa assim. Eu perguntei pra ela: "O Rafa não tá lá?" E ela respondeu "não?" — lembrou.
Em seguida, a avó conta que insistiu:
— Tô falando, ele não está. Vi que a caminha dele tava bagunçada, a porta só encostada.
A mãe de Rafael, então, respondeu, segundo a avó: "Pensei que ele tinha ido na sua casa".
— Eu respondi: meu Deus, quando que o rapaz teria vindo tão cedinho assim? — questionou.
A avó do menino relatou que ficou apavorada com a situação e pediu que a filha procurasse as autoridades. Alexandra, então, teria ligado para o namorado, que apareceu em seguida. A avó diz que sua filha parecia estar tranquila. Foi só após muita insistência que concordou que a primeira autoridade fosse avisada: o Conselho Tutelar.
De acordo com Isaíldes, Alexandra parecia ser uma boa mãe e mantinha Rafael e o irmão, de 16 anos, com disciplina.
— Qualquer vizinho vai te falar isso, ela era uma boa mãe. Eu quando me estranho com meus filhos chuto o pau na barraca, com ela (Alexandra) os filhos eram todos disciplinados — comentou.
Ainda segundo a avó, Rafael mantinha um bom relacionamento com o irmão e com o padrasto e não havia motivo algum para que alguém o fizesse mal. Ela diz não desconfiar de outras pessoas.
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