sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Ex-marido não aceita separação e mata candidata do PT em Curralinho




A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura de Curralinho, município do arquipélago do Marajó, a pedagoga Leila Arruda, de 49 anos, foi morta a facadas e pauladas na tarde desta quinta-feira, no bairro do Tenoné, em Belém, pelo ex-marido Boaventura Dias, conhecido por “Boa”. O motivo é fútil: ele não aceitava a separação e perseguia a ex-mulher havia três anos, tentando uma reconciliação.
O crime chocou e revoltou os vizinhos, conhecidos e principalmente parentes. Em áudios nas redes sociais, irmãs do assassino, em prantos, relataram que chegaram a pagar tratamento psicológico para Boaventura, um homem extremamente possessivo, que queria a mulher para ele a qualquer custo e o custo foi tirar a vida dela. “Ele tem que pagar pelo que fez”, disse uma das irmãs.
Familiares relataram que Leila Arruda foi morta com requintes de brutalidade e covardia na porta de casa. Ela não conseguiu se defender ou fugir do ensandecido ex-marido. Leila fundou e era militante do Movimento de Mulheres Empreendedoras da Amazônia (Moema), filiou-se ao PT em Curralinho aos 20 anos e era formada em pedagogia.
O Instituto Médico Legal (IML) esteve no local do feminicídio, removendo o corpo de Leila para autópsia. Em nota, o PT paraense lamentou a morte de sua filiada, afirmando sua “indignação por este crime brutal que tirou a vida de mais uma mulher no estado”. Ainda segundo o partido, “é inadmissível que as mulheres sejam reféns da violência provocada pelo machismo enraizado na sociedade”. O PT informou que está prestando ajuda aos familiares e amigos de Leila Arruda.
Em sua página nas redes sociais, o deputado Carlos Bordalo, líder do PT na Assembleia Legislativa, assim se manifestou sobre a morte da colega de partido e militante de movimento popular: ” É com profundo pesar que tomamos conhecimento da partida prematura de Leila Arruda, 49 anos, candidata pelo PT à Prefeitura de Curralinho, vítima de feminicídio, assassinada de forma brutal na noite desta quinta-feira (19) pelo ex-marido.
Leila era uma mulher jovem, que como muitas estudou, trabalhou e sonhou por um futuro melhor. Possuía pós-graduação em Neuropsicopedagogia institucional com reabilitação cognitiva e em Educação Inclusiva e Especial. Durante 6 anos foi servidora pública da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana e foi umas das fundadoras do Movimento de Mulheres Empreendedoras da Amazônia (Moema), que trabalha com mulheres artesãs. Leila era companheira, mãe, filha, irmã, prima, militante e sonhava em construir um projeto coletivo e popular para o seu município.
O deputado Bordalo, esteve em Curralinho no dia 29 de outubro para participar da construção do projeto popular que Leila liderou. Foram dias compartilhando sonhos e esperanças. O parlamentar se soma às preces da família neste momento de dor pela perda da querida Leila Arruda”.

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