Decisão leva caso de 2010 a júri popular após 15 anos de espera da família da vítima
A Justiça do Pará decidiu pronunciar os cadetes envolvidos na morte do jovem Márcio Damasceno Lima, crime ocorrido em 2010, na praia do Atalaia, em Salinas. Com a decisão, os quatro acusados serão levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.
O Pai da vítima, Laurindo da Silva, que há 15 anos luta para que o caso não caia no esquecimento, desabafou sobre o avanço do processo.
“Eu confio que algum juiz leve esse processo a julgamento de verdade.
Foram anos de dor e espera.
Segundo o inquérito, no dia do crime, Márcio estava indo surfar quando cruzou com o carro onde estavam os cadetes Faustino José Alves da Silva, Jorge Luis Botelho Lobo, Rafaelly do Nascimento Gentil e Verena Magalhães do Nascimento.
Um dos ocupantes teria gritado “é um assalto”, chamando a atenção da vítima.
Em seguida, Faustino, que portava uma pistola calibre ponto 40, efetuou quatro disparos contra o jovem, que morreu ainda na praia, sem chance de reação.
No início, a perícia da Polícia Civil indicou que se tratava de um assalto, e os cadetes Faustino José Alves da Silva e Jorge Luis Botelho Lobo seguiram afirmando essa versão.
No entanto, novas análises da perícia comprovaram que não houve tentativa de assalto, e, diante das evidências, Jorge Luiz Botelho apontou que os disparos haviam sido efetuados por Faustino.
Dois anos depois do inquérito, ele acabou admitindo formalmente ter sido o autor dos tiros.
As cadetes Rafaela do Nascimento Gentil e Verena Magalhães do Nascimento, namoradas dos envolvidos, saíram do processo por não terem participação no crime.
Segundo Laurindo da Silva, pai da vítima, todo o avanço do caso se deve à sua insistência em acompanhar o processo e cobrar justiça.
“Se não fosse minha procura constante, eu estaria sozinho nessa luta.
Eles fizeram pouco caso da situação do meu filho, mas agora tenho certeza de que vai ser diferente”, desabafou.
O pai da vítima contesta a versão apresentada pelos acusados. Segundo ele, a arma encontrada com o filho foi colocada ali após o crime.
“A melhor coisa que aconteceu para esclarecer tudo foi a defesa pedir a reconstituição do crime, pois revelou a verdade.
Eles estão soltos até hoje, enquanto a gente vive essa dor há anos”, afirmou Laurindo.
À época, o promotor de Justiça Mauro José de Almeida denunciou os acusados e solicitou a prisão preventiva dos quatro, que continuaram frequentando normalmente o curso de formação da Polícia Militar.
Fonte : Estado do Pará On Line
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