segunda-feira, 1 de julho de 2013

Felipe Fu segue passos do pai no crime e vira chefão do tráfico na Pavuna

Ele é gordinho, tem 23 anos e cara de bom moço. Apesar da aparência inofensiva e da pouca idade, Felipe Rodrigues Lima, conhecido como Felipe Fu, chegou ao status de chefão do tráfico numa das comunidades mais perigosas do Rio como se estivesse predestinado a trilhar esse caminho.
Ele é filho e cunhado de bandidos conhecidos. E deu os primeiros passos no tráfico pelo exemplo dentro de casa. Do pai, o traficante Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira, herdou o apelido e a disposição para crescer no crime. Do cunhado Luis Fernando Nascimento Ferreira, o Nando Bacalhau, que namora sua irmã mais nova, herdou o posto de chefão no Morro do Chapadão, na Pavuna - Felipe assumiu essa condição após a prisão do cunhado, em outubro de 2012.
Mas a precoce ascensão sofreu um abalo após a chegada de um bandido mais experiente. Segundo investigação da 39ª DP (Pavuna), Luís Cláudio Machado, o Marreta, de 38 anos, se instalou no Chapadão em fevereiro, após fugir pela tubulação do Instituto Penal Vicente Piragibe com outros 26 criminosos.
Mas um episódio pode ter causado uma reviravolta na briga pelo poder: uma carta vinda há dois meses da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, assinada pelo pai de Felipe. Segundo a polícia, Ricardo Fu aconselhou o filho a "não baixar a guarda para o Marreta".
Uma espécie de senha para que Felipe Fu se afastasse para voltar ao Chapadão e matar o rival. Segundo a polícia, no dia seguinte, o bandido se mudou para a Vila Cruzeiro, na Penha, onde viveu durante a adolescência.
De acordo com a investigação, Felipe voltou ao Chapadão há um mês, com a força necessária para seguir o conselho do pai. Após seu retorno, Marreta deixou a área. E, seguindo o conselho do pai, Felipe Fu assumiu de vez o controle do tráfico.
No mundo do crime desde a infância
Desde quando era criança, Felipe Fu se acostumou a conviver em meio a bandidos armados. Ele cresceu no Morro da Mineira, em São Carlos, no Centro, área de atuação do seu pai no tráfico. Na adolescência, mudou-se para a Vila Cruzeiro, na Penha, onde permaneceu até a ocupação policial no Complexo do Alemão, em novembro de 2010. Depois, buscou refúgio no Chapadão, onde ficou sob a proteção do cunhado Nando Bacalhau.
Quando seu cunhado foi preso, a irmã voltou para a Vila Cruzeiro, onde estaria à frente de uma loja de roupas bancada com o dinheiro do namorado. E Felipe Fu assumiu o controle do tráfico.
E, sobre seus ombros, recaiu o peso das decisões de uma guerra com a facção rival, que domina a venda de drogas nas favelas da Pedreira, Lagartixa e Quitanda, em Costa Barros, e tenta ocupar o Morro do Chaves, em Barros Filho. A favela é área estratégica para as duas facções, já que fica às margens da Avenida Brasil, facilitando a venda de drogas e fugas.
Duelo de gerações
De acordo com a investigação da 39ª DP, Felipe Fu possui dois aliados no Chapadão, de sua mesma faixa etária. Um traficante conhecido como Fiel mas ainda não identificado, seria o seu braço direito. Felipe Correia de Souza Fernandes, o Lacoste, de 20 anos, é apontado como outro traficante que o apoia. Felipe Fu costuma ostentar cordões de ouro e motos potentes. Segundo a polícia, tem três namoradas no Morro do Chapadão.
Marreta, seu rival, é apontado pela polícia como chefão no Morro Jorge Turco, em Rocha Miranda, e no Complexo do Lins, Marreta é um dos poucos bandidos experientes da facção ainda em liberdade. Além dele, há o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, de 36 anos, chefe do tráfico no Complexo do Alemão.
Marreta é acusado de participar do abate ao helicóptero da PM, derrubado em outubro de 2009 por bandidos no Morro dos Macacos. Ele controlava pontos de drogas na Avenida Central, no Alemão, arrendado justamente pelo traficante Pezão. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 5 mil por informaçõesque levem à sua prisão.

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