A
Eletrobras confirmou que planeja entregar ao Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 15 de
dezembro, os estudos de Impacto Ambiental (EIA) necessários à obtenção
das licenças para construção das usinas hidrelétricas de São Luiz do
Tapajós e de Jatobá, no Rio Tapajós, no oeste do Pará.
A data da entrega foi confirmada ontem
(14), em Belém, pelo superintendente de geração da Eletrobras, Sidney
Lago, e pelo secretário executivo adjunto do Ministério de Minas e
Energia, Francisco Romário Wojcicki.
Controlada pelo governo brasileiro, a
Eletrobras coordena o chamado Grupo de Estudos do Tapajós, responsável
pelas análises da viabilidade ambiental dos empreendimentos e de
aproveitamento hidroelétrico do Rio Tapajós. Também fazem parte do grupo
as companhias Eletronorte, GDF Suez, Cemig, Copel, Neoenergia, EDF,
Endesa Brasil e Camargo Corrêa.
O projeto inicial prevê que a Usina de
São Luiz do Tapajós seja construída em Itaituba (PA) e que opere com uma
potência instalada de 6.133 megawatts (MW). A Usina de Jatobá deverá
ser instalada entre os municípios paraenses de Jacareacanga e Trairão,
com 2.338 MW de potência.
Autorizado pelo governo federal, o grupo
de estudo retomou, na última segunda-feira (12), as pesquisas sobre a
flora e fauna da região e de aproveitamento hídrico do Rio Tapajós. Os
resultados, segundo o Ministério de Minas e Energia, são necessários
para a conclusão dos Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental
(EIA/Rima). Além disso, os dados fornecerão subsídios às futuras
audiências e consultas públicas. Ainda de acordo com o ministério, o
cadastramento socioeconômico dos moradores da região também vão ser
retomados.
Os trabalhos estavam suspensos desde
junho, quando índios mundurukus contrários aos empreendimentos fizeram
reféns três biólogos que prestavam serviços à Eletrobras. Entre outras
coisas, os índios cobram a regulamentação da Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). A norma internacional, da
qual o Brasil é signatário, prevê que comunidades indígenas sejam
consultadas previamente sobre iniciativas que afetem seus interesses.
Ao negociar a libertação dos três
pesquisadores, assessores da Secretaria-Geral da Presidência da
República, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério da
Justiça (MJ) acertaram que os estudos seriam suspensos e que líderes
mundurukus e representantes do governo federal se reuniriam para
discutir o processo de consulta às comunidades indígenas afetadas pelo
empreendimento.
Na semana passada, quando anunciou que
os estudos seriam retomados, o Ministério de Minas e Energia informou
que já havia comunicado à Fundação Nacional do Índio (Funai) e que esta
havia avisado às lideranças indígenas da região sobre a presença dos
pesquisadores e técnicos. Ontem, em Belém, o secretário executivo
adjunto do ministério acrescentou que as duas equipes de pesquisadores
vão envolver mais de 200 profissionais que não vão ingressar em terras
indígenas.
A primeira equipe, de Jatobá, deverá
concluir os trabalhos em 10 de setembro. A segunda, de São Luiz do
Tapajós, deve encerrar as pesquisas em 20 de novembro.
(Agência Brasil)
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