sexta-feira, 12 de maio de 2017

'É um monstro', disse tio sobre assassino confesso de mulher e crianças em Monte Alegre

Anselmo e seus familiares não se conformam com o assassinato de Diana e seus filhos de 9 e 6 anos. O desejo é fazer justiça com as próprias mãos.
Familiares de Diana Gomes de Moraes, 34 anos, assassinada a facadas com os filhos Thavine Emanuele Gomes Monteiro e Richarlison Gomes Monteiro (filhos), de 9 e 6 anos, em Monte Alegre, oeste do Pará, nesta quinta-feira (11), estão revoltados e clamam por justiça.

Anselmo Moraes, tio de Diana, falou ao G1 que logo após saber da tragédia, a vontade que teve foi de fazer justiça com as próprias mãos. “É um monstro. Não pode se dizer que isso é um ser humano. É um monstro. Se ele queria fazer uma coisa dessas, porque ele não fez só com ela. Não tinha porquê matar as crianças que não tinham nada ver, eram inocentes”, declarou.
De acordo com Anselmo, a família das vítimas acredita que o crime foi motivado por ciúmes, uma vez que Diana não queria mais viver com Benonias do Esquerdo da Costa, de quem estava separada há seis meses. “Ela não queria mais ele. Semana passada ela foi lá em casa, aí eu falei assim para ela, minha filha, porque você não volta para a sua casa, não tem necessidade de pagar aluguel. Aí ela disse, ‘pois é tio, eu acho que eu vou mesmo voltar para a minha casa’. Quando foi hoje, que eu vi a notícia correr, mas eu não sabia o que era”, contou.
Após ouvir comentários sobre um triplo assassinato e ver as pessoas correndo pelas ruas, resolveu perguntar o que estava acontecendo. Foi então que descobriu que uma mulher e duas crianças haviam sido assassinadas. “Quando disseram que as mortes tinham acontecido ali no Laguinho, eu pensei só comigo, foi a minha sobrinha. Aí eu liguei para os parentes todinhos e me confirmaram que tinha sido ela mesmo. É uma tragédia, é muito doído”, falou.
Sobre o menino de dois anos, também filho de Diana, único sobrevivente na casa onde o triplo homicídio aconteceu, Anselmo acredita que a mãe tenha conseguido escondê-lo debaixo da casa, onde ele foi encontrado por seu tio Cleidson (Teotéo). Sobre a hora exata que o crime aconteceu, nem os vizinhos souberam dizer à polícia. Há suspeitas de que o triplo assassinato teria ocorrido ainda no final da noite de quarta-feira (10).
Diana era mãe de cinco filhos. Um vizinho foi até a casa dele, nesta quinta-feira (11), no início da manhã para ver se as filhas dela de 15 e 14 anos iam para a escola e quando entrou na casa, viu os corpos no chão. Um irmão de Diana foi chamado pelo vizinho e logo em seguida a polícia foi acionada. De imediato, as suspeitas recaíram sobre o ex-companheiro. E quando ele foi localizado pela polícia, apresentava uma perfuração de faca no peito.
O tio de Diana não se conforma com o crime e disse que a vontade não só da família, mas das mais de 500 pessoas que foram até o Hospital de Monte Alegre era fazer justiça com as próprias mãos, porque a cena no Laguinho chocou a todos. “Se ele queria matar, porque não deu só uma ‘peixeirada’ nela? Não precisava deixar a minha sobrinha igual um pau de pirulito como ele fez”, disse.
Diana era órfão de pai e mãe. Seu pai morreu quando ela tinha apenas um ano de idade. E sua mãe morreu há mais de uma década, com apenas 41 anos. Seu filho de dois anos foi entregue ao pai e as adolescentes de 15 e 14 anos estão na casa de uma tia. O sepultamento de mãe e dos dois filhos acontecerá na manhã desta sexta-feira (12).
Clima tenso
Por telefone, o delegado de Polícia Civil Almir Alves informou que virá a Santarém nesta sexta-feira para concluir o depoimento de Benonias. “Por toda o dia de amanhã ele será ouvido por mim que estarei me deslocando para Santarém e finalizar o procedimento para que ele seja apresentado ao poder judiciário. Sobre uma das crianças de dois anos de idade, ele disse de informalmente que não matou essa criança porque gostava dela”.
O delegado pediu que a população de Monte Alegre tenha calma e disse que não adianta fazer justiça pelas próprias mãos. “Existe um procedimento a ser seguido e será seguido por todos nós, e a justiça será feita de acordo com as leis vigentes. A gente lamenta esse fato e pede proteção a Deus”, finalizou
Por Sílvia Vieira, G1 Santarém

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