segunda-feira, 13 de setembro de 2021

COM VENDAS EM QUEDA E INÚMEROS PREJUÍZOS DOS PESCADORES, ESTOQUES DE PESCADO PODEM SER DOADOS E ATÉ MESMO DESCARTADOS EM SANTARÉM

A baixa procura por pescado nas feiras e mercados de Santarém também preocupa da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap). Segundo o secretário Bruno Costa, ações de orientação foram realizadas durante o final de semana junto aos vendedores de peixes nas feiras e mercados, principalmente com relação ao acondicionamento do pescado, e ali já se percebeu o movimento atípico para essa época do ano.
Após a comunicação de casos suspeitos da Síndrome de Haff (doença da urina preta) em Santarém, oeste do Pará, a venda de pescado vem registrando queda acentuada, seja na Feira do Pescado ou nos mercados municipais. Com estoques que não podem ficar guardados por muito tempo, pescadores e permissionários dos boxes de feiras e mercados aguardam orientação da Vigilância Sanitária para destinação do produto.
De acordo com o diretor de Finanças e Patrimônio da Colônia de Pescadores Z-20, João Mário, a venda do pescado despencou nas feiras e mercados de Santarém, atingindo pescadores, permissionários, atravessadores e até empresários do setor, porque embora o decreto municipal proíba a venda e o consumo das espécies tambaqui, pirapitinga e pacu oriundas do estado do Amazonas, o consumidor tem evitado adquirir até mesmo outras espécies da região, como acari, apapá, mapará, entre outras.
"Na verdade nossa preocupação é muito grande. Já tivemos reuniões com Semap e Vigilância Sanitária na semana passada. Hoje vamos reunir na Câmara com os vereadores e estamos em busca de providências porque a categoria está sendo muito prejudicada com a suspeita da doença da urina preta. Temos peixe estocado, algumas espécies estão voltando para os interiores.Mas está prevista uma doação do que está estocado, ou até mesmo o descarte se for orientado pela Vigilância Sanitária", relatou João Mário.
Ainda de acordo com o diretor de Patrimônio da Z-20, não há perspectiva de melhora para o setor, porque se os casos suspeitos se confirmarem, a restrição à venda e consumo de pescado pode se estender por mais tempo. Os pescadores querem a antecipação do seguro defeso.
"Nós esperamos que esse problema chegue ao conhecimento do governo federal por meio da classe política de Santarém, e que haja antecipação do pagamento do seguro defeso ou até mesmo a liberação de um auxílio para pescadores e permissionários que estão sendo prejudicados financeiramente com a queda brusca nas vendas de pescado", ressaltou João Mário.
Pescadores e permissionários aguardam orientação da Vigilância Sanitária para destinação do produto.
"Há uma preocupação. Mais uma semana se inicia e estamos vendo o quanto essa suspeita está causando transtornos no nosso município. Tem chegado pra nós informações de vendas que caíram até 100%. Nós defendemos que o consumo do pescado continue a acontecer e os órgãos de saúde sigam orientando a população e realizando as orientações, afinal, são apenas três espécies que estão proibidas, e são apenas as que vêm do Amazonas", frisou Bruno Costa.
Ainda de acordo com o secretário, após a publicação do decreto pelo prefeito Nélio Aguiar (DEM), que proíbe a comercialização das três espécies, a Semap fez contato com a Adepará para intensificar o trabalho nas barreiras, de modo que o pescado do Amazonas não entre na região. "Está muito claro que a venda proibida é de pescado do estado do Amazonas. Já dialogamos com as pessoas que trazem pescado em grande quantidade do Amazonas, e elas se mostraram sensíveis ao problema e a não trazer o peixe para cá. A fiscalização vai ocorrer de forma pedagógica", pontuou.
Fonte G1 notícias Santarém

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