Ao chegar em Altamira, a paciente afirma que não recebeu atendimento e foi orientada a repousar na casa de um parente. Contudo, sem ter onde ficar no município, ela decidiu retornar para Medicilândia.
Foto : Wilson Soares / A Voz do Xingu |
Após avaliação, foi informada de que havia dilatação de 2 cm.
Em seguida, foi encaminhada para o Hospital Geral de Altamira (HGA).
Ao chegar em Altamira, a paciente afirma que não recebeu atendimento e foi orientada a repousar na casa de um parente. Contudo, sem ter onde ficar no município, ela decidiu retornar para Medicilândia.
Na noite de sábado, já em sua residência, a paciente relata ter sofrido fortes contrações e, na manhã de domingo, voltou a buscar atendimento no Hospital Municipal de Medicilândia.Na unidade, foi informada de que seria novamente encaminhada para Altamira.
No entanto, ao ser atendida no hospital de Altamira, foi constatado que o bebê já não apresentava sinais vitais.O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, onde foi apontado como um possível caso de negligência médica.
Em resposta, o secretário de Saúde de Medicilândia, Deywis Daniel, e a diretora do hospital, Leidiane Maia, gravaram um vídeo apresentando suas versões dos fatos.
A versão do hospital de Medicilândia
De acordo com a diretora do hospital, a gestante foi atendida por um médico em Medicilândia, que, por se tratar de uma gestação de risco, decidiu encaminhá-la ao HGA em Altamira.
Ainda segundo a diretora, a gestante foi avaliada por uma médica em Altamira, que teria dado alta e orientado o retorno a Medicilândia.
Ainda de acordo com a chefe do hospital, na manhã de domingo, a paciente voltou ao hospital de Medicilândia relatando fortes dores. Após nova avaliação, o médico plantonista decidiu encaminhá-la novamente para o HGA, acompanhando-a pessoalmente até Altamira.
No HGA, a gestante foi levada ao centro cirúrgico, onde foi confirmado o óbito do bebê.
“Infelizmente, a criança veio a óbito devido a diversos fatores relacionados à condição de risco da gestação”, afirmou a diretoria do hospital em vídeo divulgado nas redes sociais.
Posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde de Altamira
Em nota, a Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), manifestou profundo pesar pelo falecimento do bebê e solidarizou-se com a mãe e os familiares.
A nota informa ainda que o Hospital Geral de Altamira (HGA), referência em obstetrícia na região, prestou todo o atendimento necessário à gestante durante sua primeira ida à unidade, no dia 25 de janeiro.
Na ocasião, ela foi avaliada pela equipe médica e liberada, pois os exames indicavam que tudo estava dentro da normalidade.
Após retornar à sua residência em Medicilândia, a gestante apresentou um quadro de fortes dores, deu entrada no hospital do município e foi encaminhada novamente ao HGA, no dia 26 de janeiro.
Após nova avaliação médica, foi constatado o óbito fetal.
A Prefeitura reforça que todos os procedimentos foram realizados com a devida atenção e cuidado, e segue à disposição para oferecer o suporte necessário à família neste momento tão difícil.
Para garantir a máxima transparência e apurar detalhadamente os fatos, será instaurada uma sindicância interna para investigar o caso.
Questionamentos permanecem
O portal A Voz do Xingu apurou que, de fato, não havia médico cirurgião de plantão no Hospital de Medicilândia no momento em que a paciente procurou atendimento.
Outro ponto questionado é o motivo de, sendo uma gestação considerada de risco, a paciente ter sido encaminhada a Altamira sem acompanhamento médico e por que ela não permaneceu internada no HGA, em Altamira, já que o hospital funciona como porta aberta para atender gestantes dos nove municípios da região da Transamazônica e Xingu.
O caso continua gerando questionamentos por parte da sociedade, que exige esclarecimentos sobre os procedimentos adotados e possíveis responsabilidades no desfecho trágico.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu
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