quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pesquisa APONTA
Pará tem as piores rodovias do Brasil

A Transamazônica faz parte dessa pesquisa
O Estado do Pará possui as piores rodovias do País, aponta a Pesquisa CNT de Rodovias 2011, da Confederação Nacional de Transportes. De acordo com a pesquisa, que considera como rodovias apenas os trechos onde existe pavimentação, oito rodovias paraenses fazem parte do pior trecho rodoviário do Brasil, que liga a cidade de Belém (PA) e Guaraí (TO). Destas, sete são rodovias estaduais, administradas pelo governo paraense.
A Cuiabá é outro exemplo
A CNT percorreu 2.551 quilômetros de rodovias no Pará, sendo 1.601 de estradas federais e 950 de rodovias estaduais. A pesquisa aponta que o Pará não tem um metro sequer de rodovia que pode ser considerado de ótima qualidade e apenas 11 quilômetros se encaixam no conceito de boa qualidade da CNT.  538 quilômetros foram considerados de qualidade regular, enquanto 1.095 km de rodovias estão em estados ruins e outros 907 km em péssimas condições.
Os únicos 11 quilômetros de estradas em boas condições no Estado são trechos de rodovias federais e a maior parte do trecho regular também são extensões de estradas administradas pela União. A PA-150, com 813 quilômetros de extensão, é a pior rodovia do Pará, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes. O estado geral da estrada é péssimo, o pavimento ruim e a sinalização é praticamente inexistente.
A pesquisa ainda mostra que seriam necessários investimentos de 1,5 bilhão de reais para melhorar a malha rodoviária do Estado do Pará. Deste montante, mais de um bilhão seriam necessários para a recuperação de trechos críticos, com trincas, buracos, ondulações e afundamentos. Outros 400 milhões seriam necessários para dar manutenção em trechos desgastados. Seriam necessários ainda investimentos de mais R$ 100 milhões para a conservação das rodovias.
País
A 15ª Pesquisa CNT de Rodovias 2011 faz um raio-x da malha rodoviária brasileira. Os resultados, divulgados nesta quarta-feira (26) na sede da Confederação Nacional do Transporte, em Brasília (DF), apontam que 12,6% da malha são consideradas ótimos; 30%, bons; 30,5%, regulares; 18,1%, ruins; e 8,8% estão em péssimas condições.
Nesta edição do levantamento foram avaliados 92.747 km, o que representa 100% da malha federal pavimentada, as principais rodovias estaduais pavimentadas e as concessionadas. São 1.802 km a mais do que o analisado na pesquisa anterior.
O objetivo do estudo, realizado pela CNT e pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), é avaliar as condições das rodovias brasileiras pavimentadas segundo aspectos perceptíveis aos usuários, identificando as condições das vias - em relação ao pavimento, à sinalização e à geometria da via - que afetam o conforto e a segurança.
Para fazer a análise, 17 equipes da CNT percorreram o Brasil durante 39 dias, entre 27 de junho e 4 de agosto deste ano. Os resultados são apresentados por tipo de gestão (pública ou concedida), por tipo de rodovia (federais ou estaduais), por região e por unidade da Federação.
Regiões
Como nos anos anteriores, a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte aponta que o Sudeste do país é a região que apresenta as melhores condições de rodovias. Do total de 26.778 km avaliados, 24,6% são classificados como em ótimo estado; 30,7% como bom; 28,2%, regular; 13,2%, ruim e 3,3%, péssimo.
Em seguida aparece a Região Sul, com 19,7% do total de 16.199 km analisados como em ótimo estado; 40,7% em bom estado; 26,3% classificados como regulares; 10,7% como ruins e 2,6% como péssimas.
O Nordeste, por sua vez, com 25.820 km estudados, possui 3,8% das estradas ótimas; 33%, boas; 32,8%, regulares; 17,7%, ruins e 12,7%, péssimas.
Dos 14.151 km de rodovias avaliados no Centro-Oeste, 6,4% estão em ótimas condições; 22,7% em bom estado; 35%, regulares; 26,7%, ruins; e 9,1% em péssimo estado.
O Norte, por sua vez, com 9.799 km analisados, conta com apenas 0,8% das estradas avaliadas como ótimas; 12,7% como boas; 31,4% como regulares; 31,8% como ruins e 23,2% como péssimas.
Gestão pública e privada
A pesquisa detalhou ainda as diferenças existentes entre as rodovias que são administradas pelo governo e as sob gestão das concessionárias. Das vias sob concessão (15.374 km), 48% foram classificadas como ótimas; 38,9% como boas; 12% como regulares; 1,1% como ruins e nenhuma foi avaliada como péssima.
Já entre as rodovias sob gestão pública (77.373 km), apenas 5,6% foram avaliadas como ótimas; 28,2% como boas; 34,2% como regulares; 21,5% como ruins e 10,5% como péssimas.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta, o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, ressaltou que, em 2010, apenas R$ 9,85 bilhões foram investidos em infraestrutura de rodovias, o que corresponde a 0,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para se ter uma ideia, o prejuízo causado a transportadoras devido a falhas nas vias somaram R$ 14,1 bilhões, ou 0,4% do PIB. "No ano em que o governo federal fez mais investimentos, as condições de rodovias não melhoraram. E esse custo tem sido repassado para a população com acréscimos nos valores de produtos que nós todos consumimos e também no número de mortos, que não para de crescer no Brasil. Só em 2010 foram mais de oito mil nas nossas rodovias federais".
Bruno Batista ressaltou ainda que 60% da carga transportada no Brasil passa pelas rodovias. "Essa falta de infraestrutura adequada diminui a competitividade do país. O Brasil precisa manter uma tradição de investimento, que é o que o governo não tem conseguido fazer. Isso faz com que as melhores rodovias do Brasil, com menores índices de acidentes, sejam as concedidas", reforçou.
A pesquisa
A pesquisa é uma avaliação independente das rodovias a partir da perspectiva dos usuários, contemplando a segurança e o desempenho. Com a realização do estudo, a CNT pretende difundir informações sobre a infraestrutura rodoviária, para que políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e atividades de ensino e pesquisa resultem em ações que promovam o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros

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