terça-feira, 14 de maio de 2013

Pneus furados, demora e reclamação durante greve de ônibus, uma vergonha nacional

Rodoviários reivindicam reajuste salarial de 16%, acréscimo no abono salarial de R$ 70 para R$ 120 e melhores condições de trabalho e segurança para motoristas e cobradores dentro dos ônibus.

Pneus furados, demora e reclamação durante greve de ônibusNo primeiro dia de greve dos rodoviários em Santarém, oeste do Pará, a população precisou ter paciência. A reclamação de muitas pessoas é de que os 30% da frota de ônibus nas ruas não estariam sendo respeitados. Com os transtornos, foram os mototaxistas que mais lucraram, inclusive os clandestinos.
Alice dos Santos foi cedo ao Centro comprar peixe para o almoço. Era duas horas da tarde e ela ainda estava esperando o ônibus para voltar pra casa no bairro Ipanema. “Desde as 11 horas, e nada de esse ônibus vir”, afirma.
Em muitos pontos, como na Avenida Rui Barbosa, Centro, a demora superava 30 minutos. Nem mesmo os transportes alternativos, prometidos pela Prefeitura, passaram.
“Estamos com meia hora esperando. Eu saio uma hora [do trabalho para almoçar e tenho que voltar três horas”, reclama a passageira, Odenilsa Cardoso.
“Demorou muito para passar o ônibus. Até desisti”, lamentou uma passageira, que se cansou de esperar ônibus e resolveu ir de mototaxi.

Com todos esses problemas, foram os mototaxistas que mais lucraram. Eles quase não paravam nos pontos. Os clandestinos também aproveitaram a ausência dos coletivos nas ruas para fazer o transporte de passageiros.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) diz que colocou mais agentes para fiscalizar o transporte e coibir os clandestinos e ainda alertou que o transporte alternativo, realizado por vans, microônibus e táxis precisa de autorização e de uma placa de identificação, que garante o livre acesso e segurança aos passageiros. “Todos que se voluntariarem para contribuir nesse momento, deve passar na secretaria, fazer o cadastramento, passar pela vistoria, porque também queremos dar veículos seguros para a população. Não vamos pegar qualquer pessoa que faça fretamento. Cada carro terá que ter afixado no vidro dianteiro a permissão da secretaria”, informou a secretária Heloísa Almeida.

Um dos transportes coletivos que faz a linha Floresta/Prainha furou o pneu na Avenida São Sebastião e fez os passageiros esperarem mais ainda. Outro, que faz a linha Castela/Centro, teve o pneu dianteiro furado, segundo o dono da empresa, por grevistas. “Vinha fazendo horário normal. Eles tinham autorizado para a gente parar. Paramos para o almoço, e mandaram todo mundo descer e botaram na roda”, afirmou o dono da empresa de ônibus, Jarbas Abreu.

O prefeito Alexandre Von determinou, nesta segunda-feira (13), algumas providências por parte da equipe de governo em relação à greve. A Prefeitura solicitou à Justiça, em caráter liminar, que seja garantido o percentual mínimo de 30% da frota em circulação.

Táxis estão autorizados a fazer a modalidade taxi-lotação, cobrando R$ 1,90 dentro do trajeto feito pelos ônibus. Vans, ônibus e micro-ônibus, estão sendo autorizados também, mediante vistoria, para prestarem serviço de lotação, enquanto durar a greve. 

Os rodoviários entraram em greve reivindicando reajuste salarial de 16%, acréscimo no abono salarial de R$ 70 para R$ 120 e melhores condições de trabalho e segurança para motoristas e cobradores dentro dos ônibus. O sindicato das empresas do transporte coletivo alegam que só atenderão reivindicações se a Prefeitura sancionar o aumento na passagem dos ônibus.
Redação Notapajos com informações de Fábio Barbosa

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