terça-feira, 17 de setembro de 2013

"O amor não termina da noite para o dia, mas todos os dias".
Por Fé Magalhães
Se o amor viesse em um saco, seria no de 20 litros. O amor viria em drágeas bem pequenas, sendo que cada drágea conteria muitos quilos de amor, porque o amor pesa.
No primeiro dia de amor, o saco  estaria cheio até a boca. Nos seguintes,  transbordaria – é comum que, no início, o amor cresça. Quando acontece, pensa-se que nem todas as sacolas do mundo seriam suficientes para armazenar tamanho amor. Perto do fim, se o amor viesse em um saco, seria no de pipoca, o de um real, em que se pode ver o fundo – só tem piruá.

O saco de 20 litros de amor pode durar dois anos. O saco de pipoca (o de um real) dura o mesmo tempo. O nome disso é preguiça. O nome disso é teimosia. O nome disso é covardia. O nome disso é medo. Até que passa.
Casamentos de três anos terminam, casamentos de 10 anos e dois filhos terminam, casamentos de 30 anos e cinco netos terminam, casamentos que pareciam ir bem terminam, e o Facebook trata de espalhar as notícias. Mas o que mesmo o amor tem a ver com o casamento?
Há casos em que, depois de uma briga ou de uma grande mágoa, o amor se renova, mas são exceções. É recomendável tentar identificar a diferença e estar pronto para o dia em que o amor terminar, para não se perder o chão. O problema é que nunca se está pronto para a morte do amor.
O amor não termina da noite para o dia, mas todos os dias. Menos amor hoje do que ontem, menos amor amanhã do que hoje. Menos amor, menos amor até não haver mais amor.
Antes de acabar, o amor definha. Então, os amantes (ou amadores) ficam com a imunidade baixa, e é possível que  peguem paixão – esta, sim, efêmera -, obviamente por outrem. Essa paixão muitas vezes está apta a dar o tiro de misericórdia no amor moribundo.
Se o amor fosse um banho, no começo, a ducha seria quente. Mas o amor escorre pelo ralo. E dói.

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