terça-feira, 6 de abril de 2021

Veja depoimento de ex-namorada de Dr. Jairinho: 'ele podia ter matado a minha filha'


Esta semana, a polícia do Rio fez uma reconstituição no apartamento onde o menino Henry, de quatro anos, passou sua última noite e a mãe e o padrasto dele, o vereador Doutor Jairinho, do Solidariedade, que vinham sendo tratados pela polícia como testemunhas, passaram a ser oficialmente investigados pela morte.
Durante a investigação da morte de Henry, a polícia chegou à história de outras duas crianças, filhos de ex-namoradas do vereador: uma menina, hoje com 13 anos - que há dez dias prestou depoimento na Delegacia da Criança e do Adolescente – e um menino de oito anos. A mãe da menina conversou com o Fantástico, mas não quer ser identificada.
No vídeo acima, você asiste o trecho da reportagem do Fantástico com o depoimento da mãe: "o Jairinho que eu conheço, que a minha filha descreve, que fez o que fez com ela, eu hoje oro a Deus pelo livramento de não ter sido ela. Porque ele podia ter matado a minha filha", afirma.
A reação negativa das crianças, descrita pelas famílias, à presença de Jairinho é um ponto em comum com a história de Henry. A polícia já sabe que no dia 7 de março, Henry vomitou e chorou quando voltava para o apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e com o padrasto.
A filha da ex-namorada dele passava pela mesma coisa na infância: “Eu falava que ele estava vindo, aí ela passava mal, vomitava, me agarrava. Ou então pedia à minha mãe: 'Posso ficar com você, vó? Eu não quero ir, quero ficar aqui'."
Apesar disso, a mãe não percebia o que estava acontecendo. A história veio à tona por acaso. "Já tinha mais de um ano que eu tinha me separado dele. Ela um dia, assistindo um programa de televisão com a minha mãe sobre abuso infantil, teve uma crise de choro e contou”, relembra.
A menina conviveu dos três aos cinco anos com o vereador. Nesta entrevista, a mãe revelou detalhes do que a filha contou agora à polícia: "Eu não percebia o que acontecia ali. Ele é uma pessoa que tem um poder de persuasão, um poder de conversar, de lábia, impressionante. Eu não percebi, isso me angustia todos os dias. A única coisa que me deixa bem é quando a minha filha olha para mim e fala que eu não tive culpa, sabe?".
Questionada pelos nossos repórteres, a ex-namorada disse por que não denunciou nada antes: "Simplesmente por medo. Ele é um homem influente, é um homem com dinheiro. Sempre deixou claro pra mim: 'E conheço muita gente, conheço desembargador, juiz'. Então, era a palavra dela contra a dele, a verdade era essa".

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