quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Técnicos ambientais fazem sobrevoo e testes em água turva do rio Tapajós, em Alter do Chão



Equipe composta por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) chegou na quarta-feira (19), ao município de Santarém, oeste paraense, para avaliar as condições da água do rio Tapajós e áreas em torno dos locais onde a água apresenta coloração turva, diferente da habitual, que é azul-esverdeada.

O grupo coordenado pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O' de Almeida, é composto por técnicos da Diretoria de Recursos Hídricos, do Núcleo de Monitoramento Hidrometereológico, Diretoria de Fiscalização e da Assessoria Especial de Inteligência e Segurança Corporativa.

De forma paralela ao sobrevoo, outros técnicos da Semas se dirigiram até a vila de Alter do Chão para realizar o teste de medição dos parâmetros físicos para checar a turbidez da água do rio Tapajós. Para a verificação foi utilizada uma sonda multiparâmetro que avalia, entre outros aspectos, o PH e a temperatura da água.

O titular da Semas, Mauro O' de Almeida disse que ainda não é possível determinar se a causa da turbidez que o Rio Tapajós tem apresentado nos últimos dias é fruto de ação direta do homem ou se é do volume de chuvas que está caindo na região. De acordo com dados do setor de hidrometereologia da Secretaria, foram identificadas chuvas acima da média na região do Tapajós desde o mês de novembro do ano passado e que este fenômeno é recorrente na região.

"Temos a dúvida porque há décadas não tínhamos chuvas desta magnitude no Tapajós. Estamos agindo em duas pontas: aumentando a fiscalização sobre os garimpos e buscando aprimorar a investigação científica com dados de qualidade para que a gente saiba com certeza o que está ocorrendo para responder de forma mais assertiva", disse Mauro O' de Almeida.

Ainda de acordo com o secretário, o Governo do Estado está firmando parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) para disponibilizar os dados do Projeto Águas do Tapajós e rapidamente montar um laboratório que atue em conjunto com nosso núcleo regional. Ele destacou a necessidade também de uma atuação do órgão federais no combate aos garimpos ilegais.

"O Estado, sozinho, não tem condições de fiscalizar os garimpos. É preciso a ação dos órgãos federais no combate aos crimes ambientais que porventura estejam ocorrendo", afirmou Mauro O' de Almeida.

Integração

Representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Federais (Ibama), integrantes do projeto Águas do Tapajós e da Ufopa acompanharam a equipe técnica da Semas nos trabalhos de coleta de amostras da água do rio Tapajós.

Para o secretário Mauro O' de Almeida, a integração entre as instituições pode gerar benefícios de curto e longo prazo.

Iracenir Andrade, professora da Ufopa e coordenadora do projeto Águas do Tapajós afirma que a soma de esforços irá gerar resultados significativos. "É louvável pensar o Pará de forma mais integrada. É fundamental garantir com que as ideias sejam efetuadas e nós podemos fazer o levantamento das informações, beneficiando a todos. Isso é viável", garantiu.

Apreensão de draga

Na quarta-feira (19), a Capitania Fluvial de Santarém recebeu denúncia de uma draga usada na mineração de ouro estava subindo o Tapajós em direção à região de Itaituba, onde a atividade garimpeira é intensa.

Uma lancha rápida da Marinha foi enviada ao local e diante da constatação da denúncia, apreendeu a draga que não possuía Licença de Operação, que é emitida pelo órgão de controle ambiental.

Até a publicação desta reportagem a Capitania Fluvial de Santarém ainda não havia se pronunciado sobre o caso.

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com informações G1 SANTARÉM

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